Putin adverte os russos sobre a prolongada guerra na Ucrânia, mas diz que não convocará tropas

O governo ucraniano rejeitou veementemente as sugestões de alguns políticos europeus e americanos de tentar negociar um acordo enquanto o território ucraniano permanecer sob ocupação, apontando para os abusos de direitos descobertos em áreas recuperadas da Rússia. As autoridades ucranianas descobriram mais de 1.000 corpos após a retirada russa de Kyiv.

Os investigadores da ONU concentraram-se em casos comprovados de execução sumária ou alvejamento de civis por soldados russos, excluindo vítimas de bombardeios de artilharia. O relatório se concentrou apenas nos assassinatos cometidos pelo exército russo em cidades e vilarejos ao norte de Kyiv ocupados de 24 de fevereiro a 6 de abril.

“Logo após a retirada das tropas russas de várias cidades e vilarejos”, disse o relatório, “residentes locais, autoridades e policiais começaram a recuperar corpos de civis mortos em números consideráveis”. Os corpos foram encontrados nas ruas, em campos, em parques, em áreas de floresta, em casas, em veículos queimados em rodovias, em porões e fossas e sepulturas improvisadas, disse.

Os processos por crimes de guerra provavelmente levarão anos, e o governo russo não cooperou, observou o relatório da ONU. Ele disse que Moscou não mostrou “nenhuma indicação” de que pretendia investigar ou processar seus soldados por delitos.

Os investigadores estudaram uma seleção de 100 casos com mais detalhes e descobriram que 57 eram execuções sumárias. Em outros casos, civis foram baleados à distância enquanto dirigiam carros, andavam de bicicleta ou caminhavam, às vezes enquanto tentavam fugir da zona de combate, disse o relatório.

“Na maioria dos casos, as vítimas de assassinatos em locais de detenção foram encontradas com as mãos algemadas ou amarradas com fita adesiva e com ferimentos sugerindo tortura ou outros maus-tratos antes de serem mortas”, disse o relatório. Um corpo tinha sinais consistentes com violência sexual, disse.

Os investigadores se basearam em visitas ao local, entrevistas com parentes, registros de exames forenses e fotografias e gravações de áudio, disse o relatório.