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Governo da Eslováquia perde confiança do parlamento
Após uma longa crise política, o governo de coligação da Eslováquia sucumbiu à moção de desconfiança aprovada pelo parlamento.
Dos 150 deputados, 78 votaram contra o governo, três dos quais de partidos da coligação.
O partido liberal, Liberdade e Solidariedade, que apresentou a moção de desconfiança, retirou-se do governo de coligação em setembro. O líder, Richard Sulik, acusou o governo de incompetência e de perder o seu ímpeto anticorrupção.
A presidente Zuzana Caputova terá de nomear um novo primeiro-ministro. Vários partidos da oposição e da coligação manifestaram preferência por uma eleição antecipada.
Mas será necessária uma maioria parlamentar de dois terços para a realização desse escrutínio.
A próxima eleição regular no país está prevista para fevereiro de 2024
As clivagens no seio da coligação começaram durante a pandemia com o acordo secreto para a compra de dois milhões de vacinas russas, que obrigou à demissão do primeiro-ministro e agudizaram-se com as divergências de posição face à invasão russa da Ucrânia e à gestão da crise energética e da inflação
Alguns analistas acreditam que, neste contexto, será muito difícil formar um governo funcional na Eslováquia.
Caputova poderá pedir ao governo de Heger que se mantenha em funções com poderes reduzidos até que uma votação antecipada possa ter lugar.
Liberdade e Solidariedade disse antes da sua saída do governo que não estava disposto a ficar devido a desacordos com o Ministro das Finanças, Igor Matovic, um líder populista cujo partido do Povo Comum ganhou as eleições parlamentares de 2020.
Depois de ganhar as eleições com uma aposta anticorrupção há dois anos, Matovic fez um acordo para governar com o Liberdade e Solidariedade, o partido conservador “Para as Pessoas” e “Somos Família”, um grupo populista de direita aliado ao partido de extrema-direita francesa
O governo fez da luta contra a corrupção uma questão política fundamental. Desde que tomou o poder após as eleições gerais de 2020, vários altos funcionários, agentes da polícia, juízes, procuradores, políticos e empresários têm sido acusados de corrupção e outros crimes.
O governo eslovaco tem vindo a doar armas às forças armadas ucranianas enquanto abre a sua fronteira aos refugiados que fogem da guerra com a Rússia.
Alguns líderes da oposição opõem-se ao apoio militar à Ucrânia e às sanções da União Europeia contra a Rússia.