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Tumultos no Peru: Onze portugueses já conseguiram deixar o país

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Tumultos no Peru: Onze portugueses já conseguiram deixar o país

Na povoação rural de Quinua, nos Andes peruanos, realizou-se o funeral de um estudante de 23 anos, umas das mais de duas dezenas de vítimas dos confrontos entre o exército e apoiantes do presidente deposto Pedro Castillo.

Esta aldeia rural chora uma morte sem sentido, a de Clemer Rojas, um estudante de 23 anos que deixou a casa dos seus pais na quinta-feira para protestar contra a destituição do presidente Pedro Castillo e nunca mais regressou.

Rojas morreu em confrontos com o exército na vizinha capital provincial de Ayacucho, que surgiu como um epicentro improvável de agitação na crise política no Peru.

No cortejo fúnebre pontuavam cartazes contra a violência policial e acusações de “assassina”, contra a agora presidente, Dina Boluarte.

Os tumultos, que duram há quase duas semanas, bloquearam o Peru. Há centenas de estrangeiros retidos. 11 dos 66 portugueses, que esperavam a possibilidade de saírem já regressaram a Portugal; os outros não têm garantias, já que o governo anunciou o funcionamento dos aeroportos de Lima e Cusco só durante o fim de semana. O governo português garantiu que “está a desenvolver todos os esforços” para encontrar soluções de saída para todos.

O Peru está profundamente dividido. A vice-presidente, Dina Boluarte, que assumiu o poder, excluiu demitir-se e renovou os pedidos ao congresso de eleições antecipadas para pôr fim aos protestos, uma solução rejeitada pelos deputados.

Nas ruas, uma parte do país pede a libertação do presidente Castillo, outra pede eleições, acusa os membros do congresso de se agarrarem aos lugares bem remunerados e exige o fim da violência policial.

Os tumultos foram desencadeados pela destituição e detenção do presidente Pedro Castillo, depois de ele ter tentado encerrar o congresso e governar por decreto, o que foi visto como uma tentativa de golpe de Estado.

As zonas rurais peruanas, abandonadas pelas elites políticas, leem nesta crise a arrogância do “establishment”, que nunca permitiu que o antigo professor da escola rural governasse desde a sua vitória surpreendente há 17 meses.

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Redação

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