Política
Comandante militar do Sudeste pede respeito ao resultado das eleições de 2022
General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva reforçou papel institucional do Exército, que deve ser apolítico e apartidário, além de servir ao Estado e não a governos
Divulgação/Comando Militar do Sudeste
Comandante do sudeste, o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva
O comandante militar do sudeste, o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, ex-chefe de gabinete do general Eduardo Villas Boas, fez um discurso incisivo em defesa do resultado eleitoral que levou o petista Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Paiva afirmou que o Brasil enfrenta um terremoto político que deve ser superado. “Esse terremoto não está matando gente. Esse terremoto está tentando matar a nossa coesão, tentando matar a nossa hierarquia e disciplina, está tentando matar o nosso profissionalismo, o respeito que a gente tem, o orgulho que a gente tem de vestir essa farda. Isso é o que esse terremoto está tentando matar. E não vai conseguir”, declarou.
Na fala, feita em solenidade na última quarta-feira, 18, em São Paulo para homenagear os militares mortos na missão das Forças Armadas do Brasil no Haiti, em 2004, e divulgada nesta sexta, 20, o general também afirmou que o Exército é uma instituição de Estado e que, por isso, deve ser apolítica e apartidária. “Ser militar é isso. É ser profissional, é respeitar hierarquia e disciplina, é ser coeso, é ser íntegro, é defender a pátria, é ser uma instituição d Estado apolítica e apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso não significa que o cidadão não possa exercer o seu direito de ter opinião, ele pode ter, mas não pode manifestar. Ele pode ouvir muita coisa, muita gente falando que ele faça isso, faça aquilo, mas ele faz o que é correto, mesmo que o correto seja impopular”, afirmou o general Paiva.
O comandante do Sudeste ainda ressaltou que é papel dos militares defenderem a democracia e que tal regime político pressupõe liberdade, garantias individuais e políticas públicas. “Democracia pressupõe liberdade, garantias individuais e políticas públicas. E também é o regime do povo, alternância do poder. Alternância do poder é o voto. Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna, não interessa, tem que respeitar. Essa é a convicção que se tem que ter, mesmo que a gente não goste, nem sempre é o que a gente queria, não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado, uma instituição que respeita os valores da pátria”, falou.
*Com informações do repórter Victor Hugo Salina