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Suriname: mais prisões são esperadas após distúrbios antigovernamentais
PARAMARIBO, Suriname — O governo do Suriname alertou para mais prisões e colocou a polícia em alerta máximo no sábado, um dia depois que um protesto contra as políticas do presidente Chandrikapersad Santokhi saiu do controle e centenas de manifestantes invadiram o parlamento.
Os manifestantes marcharam na sexta-feira até o prédio da Assembleia Nacional para protestar contra os aumentos de preços e a redução dos subsídios à eletricidade e aos combustíveis como resultado de um programa do FMI. Eles dominaram a polícia, que disparou gás lacrimogêneo. Os tumultos logo estouraram e o prédio da Assembléia foi danificado.
No sábado, a polícia montou bloqueios de estradas, vigilância extra e postos de controle nas pontes.
O ministro da Justiça, Kenneth Amoksi, fez um balanço durante uma entrevista coletiva, dizendo que 119 pessoas foram presas e 20 ficaram feridas durante os distúrbios. Espera-se que mais prisões ocorram.
“Nós temos as imagens. É apenas uma questão de tempo antes de você ser preso”, disse Amoksi
Amoksi foi acompanhado na coletiva de imprensa pelo chefe de polícia Ruben Kensen, o comandante do exército Werner Kioe A Sen e o conselheiro de segurança Humprey Tjin Liep Shie.
Kensen disse que a situação está sob controle, mas haverá medidas de segurança reforçadas no próximo período.
O líder do protesto, Stephano Biervliet, foi convidado por Amoksi a se apresentar à polícia.
Biervliet estava ao vivo no Facebook ao mesmo tempo que a coletiva de imprensa. Ele disse ter sido ameaçado e feito refém por alguns instantes por desconhecidos armados.
“O que aconteceu não foi minha intenção. Foi uma ação de protesto pacífica que foi assumida por partidos maliciosos em um contexto organizado”, disse Biervlied, acrescentando que iria denunciar à polícia.