Economia
IPCA sobe 0,47% em maio, abaixo da expectativa do mercado
Favorecido pela forte redução no preço da conta de luz, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,47% em maio na comparação com abril e agora acumula alta de 11,73% em 12 meses.
O indicador, considerado o índice oficial de inflação do país, ficou abaixo das expectativas do mercado, pois o consenso Refinitiv projetava uma alta mensal de 0,60% e anual de 11,84%.
Com isso, o IPCA desacelerou pelo segundo mês seguido, após altas expressivas de 1,62% em março e 1,06% em abril. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice de preços agora acumula alta de 4,78% no ano e de 11,73% nos últimos 12 meses, uma desaceleração em relação aos 12,13% observados em abril (em maio de 2021, a variação havia sido de 0,83%).
Puxadores da inflação
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em maio. A maior variação veio de vestuário, com alta de 2,11% e impacto de 0,09 ponto percentual (p.p.) no indicador, e o maior impacto (0,30 p.p.) veio novamente dos transportes, que subiu 1,34% no mês passado (mas desacelerou em relação à alta de 1,91% de abril).
A inflação dos transportes foi puxada pelas passagens aéreas (18,33%), que já haviam subido 9,48% em abril (9,48%) e representou o maior impacto individual altista no IPCA do mês (0,08 p.p.). Pedro Kislanov, gerente do IPCA, diz que “vale fazer uma ressalva” sobre a alta: “A coleta [do preço] das passagens aéreas é feita dois meses antes. Neste caso, os preços das passagens aéreas foram coletados em março para viagens que seriam realizadas em maio”.
Kislanov diz que “a alta deve-se a dois fatores: elevação dos custos devido ao aumento nos preços dos combustíveis; e pressão de demanda, com o aumento do consumo, após um período de demanda reprimida por serviços, especialmente aqueles prestados às famílias”. O gerente do IPCA destaca também que esse aumento do consumo “impacta também alimentação fora do domicílio e itens de cuidados pessoais”.
Outro item que teve impacto de 0,08 p.p. na inflação de maio foi produtos farmacêuticos, que subiu 2,51% após o governo autorizar um reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos em abril. O IBGE diz que esse reajuste pode ter sido aplicado pelos varejistas de forma gradual, tendo reflexo no índice tanto de abril quanto de maio, embora a variação tenha sido menor no mês passado.
Com isso, o grupo saúde e cuidados pessoais, do qual produtos farmacêuticos faz parte, subiu 1,01%. Já alimentos e bebidas desacelerou, de uma forte alta de 2,06% em abril para 0,48% em maio, e os demais grupos ficaram entre alta de 0,04% em educação e de 0,72% de comunicação.
(Esta reportagem está em atualização)