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Cultura

No #SouManaus Passo a Paço 2022, o artesanato da Amazônia ganha espaço na maior vitrine da região Norte

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No #SouManaus Passo a Paço 2022, o artesanato da Amazônia ganha espaço na maior vitrine da região Norte



No #SouManaus Passo a Paço 2022, o artesanato da Amazônia ganha espaço na maior vitrine da região Norte
07/09/2022 02h43




Parte fundamental da identidade cultural que define o povo amazonense, o artesanato regional não poderia ficar de fora do maior festival de artes integradas da região Norte sem receber a devida atenção. Carregada de beleza ancestral, a Feira de Artesanato do #Sou Manaus Passo a Paço 2022, da Prefeitura de Manaus, trouxe, ao longo dos quatro dias do festival, a arte da Amazônia para um público superior a 300 mil pessoas, levando produtos locais dos mais variados tipos ao grande público.

 

Dona de um estande de joias fabricadas com madeira reaproveitada e outras matérias-primas locais, a artesã Val França, 60, destacou a felicidade de poder expor seus produtos num espaço como a feira.

 

“O festival foi sensacional! Foi a primeira vez participando do evento e foi incrível. As vendas também foram excelentes, isso sem falar da oportunidade de poder mostrar o meu trabalho a um público novo e fazer novas parcerias”, destacou.

 

Ainda de acordo com Val, a feira é ainda mais emocionante por marcar um momento de retorno às atividades para ela e milhares de outros artesãos da região.

 

“Depois de tanto tempo estando em casa, parados e presos, voltar com tudo assim não tem preço. É uma coisa que eu espero poder participar muitas e muitas vezes ainda”, finalizou.

 

Já Márcio Almeida, 38, dono da marca local Goodstrap, ressaltou ainda a importância do espaço para a divulgação de ideias diferentes como a dele. Responsável pela manufatura de artigos de luxo utilizando-se de materiais locais um tanto inusitados, como pele de pirarucu e piaçava para a fabricação de bolsas e outros produtos, Márcio comercializa os trabalhos da sua “grife” a valores que variam entre R$ 120 e até mil reais.

 

“É muito gratificante poder mostrar meu trabalho que, de certa forma, é pioneiro na região Norte. É muito bom ver o espanto das pessoas quando veem matérias-primas regionais como palha de arumã transformadas em um produto lindo e feito 100% aqui na região Norte e não no Sul e Sudeste, os principais eixos da moda”.

 

Ainda que com um produto nichado, o artesão ainda destacou a importância de um espaço dedicado como a feira para ele e para os colegas que também participaram dos quatro dias de festival ao lado dele.

 

“Aqui na nossa região tem muita gente capaz e talentosa que muitas vezes não são vistas por nós. Muitos acabam discriminando estilistas e artesãos conterrâneos para dar atenção a expressões artísticas de fora. Feiras e festivais desse tipo são de grande valia para mudar a visão do grande público em relação ao artesanato local, uma vez que grande parte dos colegas que expõem seus trabalhos aqui aprenderam a fazer o que fazem com seus antepassados ao longo de gerações, o que é lindo! É uma identidade que precisa ser mostrada cada vez mais”, concluiu.

 

Enquanto transitava pela feira, a auxiliar de saúde bucal Ilmara Azevedo, 46, decidiu fazer uma pintura corporal tradicional no estande de grafismo indígena para se reconectar com suas próprias raízes.

 

“A feira está maravilhosa, a nossa cultura em si é maravilhosa, é linda! Eu parei aqui para fazer a pintura e simplesmente amei. Sou filha de mãe indígena e quis aproveitar o momento para fazer um maior contato com a minha própria cultura”, ressaltou Ilmara.

 

Professora de Políticas Públicas e Educação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Ceane Simões, 44, destacou a importância da integração do artesanato ao festival na valorização não apenas dos profissionais locais, mas de toda a ancestralidade da região.

 

“Nossas raízes estão muito evidentes em todos os estandes. Quem está expondo, que são, em sua maioria artesãos de origem indígena, não está apenas expondo o seu trabalho, mas também está fazendo um trabalho pedagógico de ensinar a todos nós como é importante aceitarmos essa estética tão importante que é a estética originária indígena. É arte, é conhecimento e é ancestralidade”, concluiu a educadora.

 

 

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Texto – Guilherme Araújo Pacheco / Semcom

Fotos – Marcely Gomes / Semcom

 

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Fonte oficial da notícia

Redação

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