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Alemanha assume gestão de refinarias russas
Governo de Berlim assume controlo das refinarias de petróleo com capitais russos a operar na Alemanha. Anúncio feito pelo ministério alemão da Economia. Em comunicado, explica-se que as empresas ligadas à russa Rosneft passam a ser geridas por uma agência federal pondo já três refinarias na esfera pública.
O objectivo da gestão fiduciária é “responder aos riscos para a segurança do abastecimento energético” no país, disse o ministério.
A companhia russa era até agora responsável por 12 por cento do petróleo refinado na Alemanha e tinha anunciado que não iria seguir o embargo da União Europeia que impede importações da Rússia a partir de janeiro de 2023.
Precedente aberto com Gazprom Germania
Berlim já tomou o controlo da antiga filial alemã da Gazprom, a Gazprom Germania, no início de abril, para assegurar o seu abastecimento de gás. O governo alemão teve entretanto de desbloquear 9 a 10 mil milhões de euros de ajuda para salvar a empresa ameaçada de falência.
A refinaria Schwedt, que fornece petróleo à capital Berlim e à região circundante, tem estado a processar petróleo russo através do oleoduto Druzhba. O principal objectivo do governo alemão é agora evitar que a refinaria seja despojada de activos pelos acionistas ou mesmo liquidada devido à falta de dinheiro ou de petróleo russo.
A fim de manter o site Schwedt, o governo testou até agora vários modelos, incluindo a nacionalização total. Berlim procura há meses alternativas ao petróleo russo para garantir que a fábrica Schwedt se mantenha em funcionamento.
A refinaria também pode ser abastecida com petróleo através dos portos de Rostock, no norte do país, e Gdansk, na Polónia.
Mas a questão de como transportar o combustível fóssil destes portos para Schwedt por gasoduto ainda não foi resolvida.
A maior economia da Europa já reduziu grandemente a sua dependência das importações de petróleo russo, que representava 35% do seu abastecimento antes da guerra da Rússia na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, a Rússia suspendeu o fornecimento de gás ao país, que só poderá substituí-lo completamente em 2024, de acordo com as últimas previsões do governo.