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Ameaça das armas de destruição maciça em análise em Haia
Começou, em Haia, a conferência da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) . A abertura ficou marcada pela constatação sombria de que o conflito na Ucrânia aumentou o perigo real do uso de armas de destruição maciça, incluindo armas químicas.
O diretor-geral da organização, Fernando Arias, diz que “a guerra exacerbou as tensões existentes a um ponto em que a unidade da comunidade internacional nos desafios globais comuns relacionados com a segurança e a paz internacionais não pode ser presumida“.
A Rússia e a Ucrânia têm-se acusado mutuamente da possível utilização de armas químicas e biológicas desde que a guerra começou em fevereiro passado, mas nenhum dos dois países apresentou até agora provas credíveis. Mas com o conflito em marcha essa probabilidade é mais real do que nunca.
Tanto Moscovo como Kiev estão entre 193 governos que se “comprometeram solene e voluntariamente a nunca, em circunstância alguma, utilizar armas químicas“.
Mas a comunidade internacional está inquieta e vigilante porque os reveses sofridos pelo exército russo no campo de batalha reacenderam os receios de utilização deste tipo de armas por parte da Rússia, tanto mais que o Kremlin tem repetidamente brandido a ameaça nuclear, enquanto acusa Ucrânia de procurar uma bomba suja.
Na reunião anual falou-se também das recusas da Síria em cumprir os requisitos da OPAQ. O regime de Damasco recusou recentemente acordar um visto a um inspetor da organização.
Tanto a Síria quanto a Rússia foram fortemente criticadas no início da conferência, nomeadamente pelos representantes americano e britânico, com a subsecretária americana para o Armamento e Segurança Internacional, Bonnie Jenkins, a denunciar como “absurdas e infundadas” as informações russas segundo as quais a Ucrânia quer utilizar armas químicas.
A vice-ministra britânica da Defesa, Annabel Goldie disse que a guerra da Rússia contra a Ucrânia não pode ser ignorada na conferência da OPAQ porque, afirmou: “Já vimos este tipo de comportamento mentiroso na Síria e estamos a vê-lo agora na Ucrânia”.