Conecte-se conosco

Cidades

Câmara aprova projeto que prevê ações em favor da saúde mental de policiais

Publicado

em

Câmara aprova projeto que prevê ações em favor da saúde mental de policiais

22/11/2022 – 22:11  

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (22) proposta que detalha ações relativas à prevenção de suicídio e automutilação de profissionais de segurança pública. Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Capitão Augusto (PL-SP), para o Projeto de Lei 4815/19, do Senado. Devido às mudanças no texto, a matéria retornará para nova votação dos senadores.

Pablo Valadares/Câmara do Deputados

Capitão Augusto modificou o texto elaborado no Senado

Segundo o texto aprovado, o Ministério da Justiça deverá divulgar diretrizes de prevenção e atendimento de casos de emergência psiquiátrica de profissionais de segurança pública e defesa nacional.

O texto modifica a Lei 13.675/18, ampliando o programa de qualidade de vida dos profissionais de segurança, o Pró-Vida. Esse programa terá 15 diretrizes, como melhoria da infraestrutura das unidades; incentivo à gestão administrativa humanizada; e incentivo ao implemento de carga horária humanizada e de política remuneratória condizente.

“Um estudo feito em 2014 pelo Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (Ippes) constatou que 3,6% dos policiais entrevistados disseram já ter tentado suicídio e outros 18% admitiram ter pensado em tirar a própria vida”, afirmou Capitão Augusto.

Já a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), relatora do projeto pela Comissão de Seguridade Social e Família, destacou a dimensão da prevenção. “Quando a gente perde um conhecido ou um amigo por suicídio, a gente se pergunta que sinais deixamos de perceber para evitar o ato”, disse.

“Queremos que os policiais exerçam sua função com felicidade e harmonia sem esse nível elevado de sofrimento”, argumentou a deputada Erika Kokay (PT-DF).

Em seu texto, o relator aproveitou a maior parte do projeto apensado – PL 6355/19, do deputado David Miranda (PDT-RJ).

Estratégias
O substitutivo traça três estágios de prevenção. Na prevenção primária, serão usadas estratégias como estímulo ao convício social, programas de conscientização, ciclos de palestras e campanhas, abordagem do tema de saúde mental e capacitação para identificação de casos de risco.

A prevenção secundária é voltada aos profissionais que já estão em situação de risco de práticas de violência autoprovocada, devendo ser centrada em programas sobre uso e abuso de álcool e outras drogas; organização de uma rede de cuidado; acompanhamento psicológico regular; e acompanhamento psicológico para policiais que estejam presos ou respondendo a processos.

Na prevenção terciária, deve haver aproximação da família para envolvimento e acompanhamento no processo de tratamento; enfrentamento de toda forma de isolamento, desqualificação ou qualquer forma de violência eventualmente sofrida pelo profissional; restrição do porte e uso de arma de fogo; e acompanhamento psicológico.

Dados
O Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) deverá ainda compilar dados sobre a qualidade de vida e de saúde dos profissionais de segurança pública e defesa nacional e produzir dados sobre a vitimização policial, inclusive fora do horário de trabalho.

Deverão ser produzidos ainda dados sobre policiais com deficiência provocada pela atividade e sobre policiais que tenham dependência química, transtornos mentais e comportamento suicida.

Atenção especial
No âmbito do Programa de Segurança e Saúde no Trabalho dos Profissionais de Segurança Pública deverão ser objeto de atenção especial aspectos como as jornadas de trabalho; a proteção à maternidade; o trabalho noturno; os equipamentos de proteção individual; e a segurança no processo de trabalho.

As ações de saúde ocupacional e de segurança no trabalho deverão abordar temas como:

– promoção da reabilitação e reintegração em casos de lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais;

– erradicação de todas as formas de punição envolvendo maus-tratos, tratamento cruel, desumano ou degradante, tanto no cotidiano quanto em atividades de formação e treinamento;

– combate ao assédio sexual e moral nas instituições por meio de campanhas internas de educação e canais para recebimento de denúncias;

– garantia de que todos os atos decisórios de superiores hierárquicos sobre punições contenham justificativa fundamentada; e

– garantia de acesso ágil e permanente a informações necessárias para o desempenho das funções, principalmente a legislação a ser observada.

Diretrizes
O texto afirma ainda que as ações de saúde biopsicossocial terão como diretrizes a avaliação periódica, desenvolvimento de programas de acompanhamento e tratamento dos envolvidos em situações de alto nível de estresse, prevenção de tabagismo e alcoolismo e cartilhas de reeducação alimentar.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli

Fonte oficial da notícia

Redação

Somos a sinergia de mentes criativas apaixonadas por comunicar. Do nosso quartel-general, irradiamos para todos os recantos da região norte. Estamos aqui para você, leitor, e nosso compromisso é oferecer uma experiência sem igual.