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Atualidades com Marcello Amorim

DA ESCASSEZ À ABUNDÂNCIA: UMA VISÃO FILOSÓFICA DA SUPERAÇÃO DA POBREZA

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DA ESCASSEZ À ABUNDÂNCIA: UMA VISÃO FILOSÓFICA DA SUPERAÇÃO DA POBREZA

Se você se perguntar quais são os maiores problemas sociais no Brasil hoje, virá em mente rapidamente como resposta a pobreza, desemprego, desigualdade de oportunidades, racismo e desnutrição como alguns dos principais problemas. A realidade da pobreza é primada aqui e não é diferente no mundo.

A pobreza é um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade, afetando bilhões de pessoas em todo o mundo. A falta de acesso a recursos básicos como alimentação, saúde, educação e moradia, além da desigualdade econômica e social, são fatores que contribuem para a perpetuação da pobreza em diversas sociedades.

No entanto, é possível imaginar um mundo em que a escassez seja superada e a abundância seja a norma. Para tanto, é necessária uma abordagem filosófica que considere a escassez como um problema a ser superado, e não como uma condição inevitável da existência humana.

Como pensador da matéria, sei que a filosofia pode contribuir para a reflexão sobre a escassez e a superação da pobreza. A partir de diferentes perspectivas filosóficas, é possível compreender como a escassez é um problema que afeta a humanidade e quais são as alternativas para superá-la.

Uma das perspectivas filosóficas que pode contribuir para a reflexão sobre a superação da escassez é a ética. A ética pode ser vista como um guia para a ação humana, e pode orientar a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Nesse sentido, a ética pode inspirar a busca pela abundância como um objetivo político.

Um exemplo bíblico que pode ilustrar a relação entre ética, política e a busca pela abundância é a história da partilha dos pães e peixes, narrada no Novo Testamento.

De acordo com a narrativa, Jesus estava pregando para uma multidão de pessoas que o acompanhava. Quando chegou a hora da refeição, Jesus pediu que seus discípulos encontrassem comida para todos. Um dos discípulos encontrou um menino que tinha cinco pães e dois peixes, mas isso parecia ser insuficiente para alimentar toda a multidão. Jesus, no entanto, abençoou os pães e os peixes e os distribuiu para a multidão, que foi saciada.

Esse episódio pode ser interpretado como uma demonstração de ética política, na medida em que Jesus demonstrou preocupação com o bem-estar da multidão e encontrou uma solução para a escassez de comida. Além disso, a história ilustra como a generosidade pode levar à abundância, já que os pães e peixes se multiplicaram para alimentar a multidão.

A partir desse exemplo bíblico, é possível refletir sobre a importância da ética na política e na busca pela abundância. É necessário que os líderes políticos tenham uma postura ética, preocupada com o bem-estar da sociedade como um todo, para que sejam capazes de encontrar soluções para os problemas relacionados à escassez e à pobreza. Além disso, é preciso cultivar uma cultura de generosidade e solidariedade, que possa levar à superação da escassez e à promoção da abundância.

Essa história da partilha dos pães e peixes é relatada em todos os quatro evangelhos do Novo Testamento. ¹

A filosofia política também pode contribuir para a reflexão sobre a superação da escassez. A partir das diferentes teorias políticas, é possível compreender como o Estado pode contribuir para a promoção da abundância, por meio de políticas públicas que garantam o acesso aos recursos básicos para todos os cidadãos.

Além disso, a filosofia pode contribuir para a reflexão sobre o papel da tecnologia e do desenvolvimento humano na busca pela abundância. É possível imaginar uma sociedade em que a tecnologia seja utilizada de forma responsável e sustentável, contribuindo para a promoção da abundância e para a superação da pobreza.

Por fim, a filosofia pode contribuir para a reflexão sobre a responsabilidade individual e coletiva na busca pela abundância. É necessário reconhecer que a superação da pobreza não depende apenas das políticas públicas, mas também da atuação de cada indivíduo na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Em suma, a reflexão filosófica sobre a superação da escassez e da pobreza pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e abundante. É necessário reconhecer a escassez como um problema a ser superado, e não como uma condição inevitável da existência humana. A partir das diferentes perspectivas filosóficas, é possível imaginar um mundo em que a abundância seja a norma, e não a exceção.

Que venha a abundância.

Nota
¹ Bíblia Sagrada, Mateus 14:13-21, Marcos 6:30-44, Lucas 9:10-17 e João 6:1-14.

Bibliografia

RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. Martins Fontes, 2000.
SINGER, Peter. The Life You Can Save: How to Do Your Part to End World Poverty. Random House, 2010.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. Companhia das Letras, 2000.
PRINCIPLE, William. The Ending of Poverty: A Symposium. University of Wisconsin Press, 1972.
NORTON, Bryan G. Sustainability: A Philosophy of Adaptive Ecosystem Management. University of Chicago Press, 2005.

Marcello Amorim