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Desembarcam no norte de Itália 84 migrantes resgatados em águas líbias

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Desembarcam no norte de Itália 84 migrantes resgatados em águas líbias

O porto de Ravena, no nordeste de Itália, acolheu no sábado 84 migrantes, incluindo 59 menores não acompanhados, revelou a organização não-governamental SOS Méditerranée, que os havia resgatado na terça-feira, 14 de fevereiro, em águas territoriais líbias.

Os migrantes sobrelotavam uma embarcação pneumática e, num primeiro momento, foram assistidos a bordo do “Ocean Viking”, o navio de pavilhão norueguês utilizado pela ONG francesa em parceria com a Cruz Vermelha Internacional nas operações de busca e resgate de migrantes no Mediterrâneo.

A bordo do navio, os migrantes tiveram ainda de viajar 1.500 quilómetros em quatro dias devido à nova regulamentação em Itália para a gestão de fluxos migratórios e que atribuiu a este resgate o porto de desembarque de Ravena.

A SOS Méditerranée critica a nova legislação e descreveu este grupo como “os primeiros a pagar preço da atribuição de portos excessivamente longe”.

“Os estados costeiros devem proteger as vidas no mar no lugar em vez de as colocar em risco”, reclamava a ONG, na quarta-feira, considerando que “o efeito combinado” do decreto italiano e das práticas de coordenação aplicadas aos navios das ONG “reduzem consideravelmente as capacidades de salvamento no Mediterrâneo.”

Acolhidos pela ONG SOS Mediterranée, os migrantes tiveram ainda de viajar (mais de 1500 km em) quatro dias a bordo do Ocean Viking até Ravena, o porto atribuído de acordo com nova regulamentação em Itália para a gestão dos fluxos migratórios.

A aguardar a chegada estava um contingente de mais de 200 funcionários mobilizados pela prefeitura de Ravena, entre voluntários e policias, para acolher e abrir os processos destes migrantes.

A Lampedusa, entretanto, ilha italiana meio caminho entre a Sicília e a Líbia, chegaram desde quinta-feira cerca de três mil migrantes. O centro de acolhimento daquela pequena ilha tem capacidade para apenas 350  ficou sobrelotado, estando alguns migrantes a ser realojados noutras localidades com a ajuda de barcos civis e militares.

Um dos problemas apontados é, de novo, a legislação aprovada em dezembro pelo governo de Giorgia Meloni, que atribui portos longínquos aos barcos das ONG e isso faz com que esses navios não estejam agora na região de Lampedusa, onde o bom tempo está a favorecer a chegada de mais pessoas.

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Redação

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