Política
Gonçalves Dias abre mão de direito ao silêncio e nega ter recebido relatórios sobre invasões do MST
Ex-ministro do Gabinete de Segurana Institucional tambm minimizou possvel omisso enquanto esteve no cargo e disse que Abin passava por ‘fase de recomposio’
WILTON JUNIOR/ESTADO CONTEDO
O general Gonalves Dias presta depoimento Comisso Parlamentar de Inqurito (CPI) dos Atos Antidemocrticos no plenrio da Cmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF)
O ex-ministro do Gabinete de Segurana Institucional (GSI), general Gonalves Dias, negou nesta tera-feira, 1, que tenha recebido relatrios da Agncia Brasileira de Inteligncia (Abin) a respeito de invases de terras, durante o perodo que o rgo esteve relacionado ao GSI, de 2 de janeiro 1 de maro.Em mais de uma ocasio, G. Dias foi questionado sobre os documentos e alegou no ter recebido relatrios sobre o Movimento Sem Terra (MST)ou informaes que justificassem uma investigao sobre as ocupaes.“No recebi nos dias que a Abin ficou sob a minha gesto nenhum relatrio, a Abin quando o Dr. Saulo assumiu estava em fase de recomposio e reestruturando a sua gesto, eu no recebi nenhum relatrio de inteligncia (sobre o MST) pelo sistema sisbin. (…) No meu perodo, a nica invaso foi de 27 de fevereiro na Suzano, na Bahia”, alegou.
Questionado se houve uma omisso de sua parte, como ento chefe do Gabinete de Segurana Institucional, G. Dias negou, reforando que no haviam informaes que justificassem relatrios ou atuaes: “E no posso imputar ato criminoso a nenhuma pessoa”, completou. Como o site da Jovem Pan mostrou, Gonalves Dias compareceu oitiva na CPI do MST com habeas corpus concedido pelo ministro Andr Mendona, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiria seu direito de ficar em silncio. Entretanto, ele respondeu as perguntas feitas pelos parlamentares, ainda que afirmando no ter informaes a respeito.
O depoimento com o ex-membro do governo Lula 3 teve incio pouco antes das 16h, com 40 minutos de perguntas feitas pelo relator Ricardo Salles (PL-SP). Antes de iniciar os questionamentos, o parlamentar pediu que G. Dias contasse parte da sua histria e como chegou ao cargo no GSI. Em breve relato, ele citou como chegou ao Exrcito e momentos dos 44 anos que serviu, lembrando quando foi designado pela instituio, de 2003 a 2010, para cuidar da segurana do ento presidente Luiz Incio Lula da Silva (PT). “Sinto satisfao de ter aproveitado esses 44 anos, ter contribudo para o desenvolvido do pas, para o desenvolvimento dos meus filhos e da minha famlia”, disse o militar. Na sequncia, Salles questionou se o ex-ministro considerava que o movimento de 64 foi negativo ou positivo, dando incio a um bate-boca com a deputadaGleisi Hoffmann (PT-PR) e outros governistas.