Grupo de direitos humanos: Israel demole escola em vilarejo na Cisjordânia

JERUSALÉM — Os militares israelenses demoliram uma escola na Cisjordânia ocupada na quarta-feira, disse um grupo de direitos israelenses, após uma decisão judicial no início deste ano que manteve uma ordem de expulsão de longa data contra oito aldeias palestinas na área.

B’Tselem, o grupo de direitos humanos, disse que os alunos estavam dentro das salas de aula quando os soldados chegaram antes da demolição. O vídeo fornecido pelo grupo mostrou uma escavadeira derrubando a estrutura de um andar enquanto os soldados montavam guarda nas proximidades.

Os militares israelenses não fizeram comentários imediatos.

A Suprema Corte de Israel decidiu em maio contra as famílias da área, conhecida como Masafer Yatta, abrindo caminho para o possível deslocamento de pelo menos 1.000 pessoas. Grupos de direitos humanos dizem que Israel vem realizando uma demolição gradual das estruturas na área desde a decisão, sendo a escola a última a ser demolida.

Os militares declararam a área uma zona de tiro e treinamento no início de 1980. As autoridades israelenses argumentaram que os residentes usavam a área apenas para agricultura sazonal e não tinham estruturas permanentes na época. Em novembro de 1999, as forças de segurança expulsaram cerca de 700 moradores e destruíram casas e cisternas, segundo grupos de direitos humanos. A batalha legal começou no ano seguinte.

Em sua decisão em maio, a Suprema Corte ficou do lado do estado e disse que os moradores rejeitaram um acordo que lhes permitiria entrar na área em determinadas épocas e praticar a agricultura durante parte do ano.

As famílias dizem que estão lá há décadas, muito antes de Israel capturar a Cisjordânia na guerra de 1967 no Oriente Médio. Eles praticam uma forma tradicional de agricultura no deserto e criação de animais, com alguns vivendo em cavernas pelo menos parte do ano, mas dizem que seus únicos lares estão nas comunidades miseráveis ​​agora sob risco de demolição.

A Cisjordânia está sob domínio militar israelense há 55 anos. Masafer Yatta está em 60% do território onde a Autoridade Palestina está proibida de operar. Os palestinos querem que a Cisjordânia seja a parte principal de seu futuro Estado.