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Habitantes de Havana temem derrocada dos prédios
Havana está a cair aos bocados. Muitos habitantes da capital cubana vivem com medo de que a casa lhes caia em cima.
Tetos rachados, paredes, colunas, chão afundado e escadas em pedaços. É assim que se apresentam os 700 edifícios da cidade que foram classificados em estado crítico, sem que haja previsões de reparação.
Elisa Bacyan dá voz ao receio de inúmeras famílias: “Vamos mesmo para a cama com o medo de não amanhecer. O que realmente queremos é ajuda para nos tirarem daqui, para nos darem uma vida mais agradável, onde possamos dormir tranquilamente, onde os nossos filhos possam descansar tranquilamente”.
Infelizmente, os desabamentos de edifícios em Havana não são invulgares e os riscos aumentam durante a época dos furacões, que decorre de junho a novembro.
Em janeiro de 2020 a queda de uma varanda causou a morte de 3 raparigas.
Segundo os meios de comunicação oficiais, as primeiras chuvas deste mês causaram 146 colapsos parciais e dois colapsos totais em Havana, com a morte de um homem.
Cary Suarez vive ao lado de um edifício que ameaça ruir e não é a primeira vez que enfrenta este risco.
“De lá [a sua antiga casa que ruiu] trouxeram-me para aqui, temporariamente, até hoje. Desde 97 que estou aqui. Ando de colapso em colapso”.
A ativista Francisca Peña lidera os esforços para que as autoridades “tomem medidas sobre o assunto”, embora não tenha ilusões, face “à crise económica que o país está a atravessar “.
“Cartas e mais cartas [dirigidas às autoridades] e sempre que há um desabamento chamamos os responsáveis. Chegam, olham, fazem um papelito e vão-se embora”, diz.
De acordo com as estatísticas oficiais, no final de 2020, 37% das habitações de Cuba estavam em estado técnico regular ou mau.