Conecte-se conosco

Mundo

Juiz rejeita tentativa tardia de Bolsonaro de anular eleição no Brasil

Publicado

em

Juiz rejeita tentativa tardia de Bolsonaro de anular eleição no Brasil

RIO DE JANEIRO – Por mais de um ano, o presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, alertou que talvez não aceitasse uma derrota nas eleições presidenciais do mês passado. Então ele perdeu. Em resposta, ele relutantemente concordou em iniciar a transição de poder – enquanto seus aliados inspecionavam os resultados das eleições em busca de evidências de algo errado.

Nesta semana, sua campanha alegou tê-lo encontrado: um pequeno bug de software nas máquinas de votação. Na terça-feira, a campanha entrou com um pedido para efetivamente anular a eleição em favor de Bolsonaro, dizendo que o bug deveria anular os votos de cerca de 60% das urnas.

Dos votos restantes, Bolsonaro ganharia 51 por cento, disse a campanha, tornando-o o vencedor em vez do ex-presidente esquerdista que o derrotou, Luiz Inácio Lula da Silva.

O pedido foi uma Ave Maria. Especialistas independentes disseram que o bug não teve impacto na integridade da votação. E então, no final da quarta-feira, o chefe das eleições do Brasil rejeitou a queixa e multou os três partidos conservadores por trás dela em US$ 4,3 milhões por apresentá-la.

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal que dirige a agência eleitoral do Brasil e que se tornou um dos adversários políticos mais proeminentes de Bolsonaro, disse em decisão na noite de quarta-feira que os argumentos da campanha eram “absolutamente falsos” e que o pedido de anulação da eleição foi “ostensivamente um ataque ao estado democrático de direito e realizado de forma imprudente, com o objetivo de encorajar movimentos criminosos e antidemocráticos”.

Anteriormente, Moraes havia dado à campanha 24 horas para explicar por que ela havia questionado apenas os votos do segundo turno da eleição, no qual Bolsonaro perdeu, e não do primeiro turno, no qual seu partido político conquistou a maioria das cadeiras no Congresso usando o mesmas máquinas de votação. Depois que o chefe do partido de Bolsonaro disse na quarta-feira que não tinha informações sobre o primeiro turno, Moraes rejeitou a denúncia.

O Sr. Moraes, o chefe das eleições, tornou-se uma das figuras políticas mais poderosas do Brasil diante das críticas ao sistema eleitoral do Sr. Bolsonaro e seus aliados. A resposta agressiva de Moraes ao que ele chamou de ataques contra a democracia brasileira, incluindo suas ordens para redes sociais removerem milhares de postagens, atraiu críticas generalizadas da direita brasileira.

Em cima da hora na tarde de quarta-feira, horas antes da decisão de Moraes, o Partido Liberal de direita de Bolsonaro chamou repórteres para um hotel em Brasília, capital do país, para explicar suas descobertas.

Valdemar Costa Neto, presidente do partido, disse que o bug do software exigia uma revisão dos resultados da eleição. “Não pode haver dúvidas sobre a votação”, disse ele. “Se isso é uma mancha em nossa democracia, temos que resolvê-la agora.”

Na quarta-feira, Moraes também ordenou uma investigação sobre Costa Neto e o funcionário que supervisionou a auditoria do partido.

O bug de software destacado pela campanha de Bolsonaro causa um erro em um documento produzido por algumas urnas mais antigas. O erro afeta o número de identificação conectado à urna eletrônica. Funcionários do Partido Liberal argumentaram que isso dificultou a verificação dos votos.

Especialistas independentes em segurança de computadores que estudaram as máquinas de votação do Brasil e revisaram as descobertas da campanha disseram que isso estava errado. Eles disseram que, embora o bug exista, ele não afeta a integridade dos resultados. Isso porque existem diversas outras formas de identificar as urnas, inclusive nos próprios documentos que apresentam o erro.

“Eles apontaram um bug que precisa ser corrigido. Isso é ótimo e fácil de corrigir”, disse Marcos Simplício, pesquisador de segurança cibernética da Universidade de São Paulo. Mas ele disse que a sugestão da campanha de que os votos deveriam ser anulados é como argumentar que um carro foi destruído por causa de um arranhão na porta.

“Tente convencer sua companhia de seguros disso”, disse ele. “É um absurdo. Um absurdo completo.

Fonte oficial da notícia

Redação

Somos a sinergia de mentes criativas apaixonadas por comunicar. Do nosso quartel-general, irradiamos para todos os recantos da região norte. Estamos aqui para você, leitor, e nosso compromisso é oferecer uma experiência sem igual.