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Legisladores da UE vão votar proibição de carros com motor de combustão
BRUXELAS — O futuro do transporte de automóveis na Europa pode ficar mais claro – e mais limpo – na quarta-feira, quando o Parlamento Europeu decidir se vai proibir veículos com motor a combustão a partir de meados da próxima década.
A votação agendada da Assembleia da União Europeia mais tarde em Estrasburgo, França, faz parte do projeto de lei da UE para intensificar a luta contra o aquecimento global. Os automóveis representam cerca de 12% das emissões europeias de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas.
O destaque está em uma cláusula que forçaria as montadoras a reduzir as emissões de dióxido de carbono em 100% em 2035, um passo que equivaleria a uma proibição da UE naquele ano à venda de carros novos movidos a gasolina ou diesel.
A indústria automobilística e algumas vozes políticas estão pedindo uma transição mais gradual para frotas totalmente elétricas, com uma redução de 90% de CO2 em 2035 como um possível compromisso.
Também na mesa está uma proposta de redução de 55% no CO2 dos automóveis em 2030 em comparação com 2021. A lei da UE já exige que as montadoras reduzam o CO2 em 37,5% em média em 2030 em comparação com o ano passado.
O que quer que o Parlamento de 705 assentos decida sobre metas mais rígidas de redução de emissões para veículos, um acordo final da UE chegará apenas aos governos dos países da UE que também darão seu veredicto nas próximas semanas ou meses.
O projeto de lei sobre carros mais limpos faz parte de um pacote de legislação europeia proposta que reduziria os gases de efeito estufa da UE em 55% em 2030 em comparação com 1990, em vez de apenas 40% acordado anteriormente no período.
Grande parte desses cortes viria de usinas e fábricas. Esses dois setores, ao contrário dos carros, têm seus gases de efeito estufa contidos na UE por um sistema europeu de comércio de emissões que reduz todos os anos a oferta total de licenças de poluição exigidas.
Na quarta-feira anterior, o parlamento da UE não conseguiu avançar nesta parte do pacote climático por causa de uma divisão sobre o ritmo em que a atribuição gratuita de algumas licenças de emissão – em oposição ao leilão delas – deve ser eliminada. A assembléia pediu que seu comitê de meio ambiente reabrisse as deliberações sobre o assunto. Como resultado, o parlamento da UE também atrasou seus veredictos sobre duas iniciativas relacionadas.
Uma delas é a criação de um Fundo Climático Social para ajudar famílias vulneráveis a lidar com a reforma planejada de energia limpa – uma questão que se tornou politicamente mais sensível à medida que a guerra da Rússia na Ucrânia elevou os preços dos combustíveis.
O segundo é um imposto de importação sem precedentes conhecido como Mecanismo de Ajuste de Fronteiras de Carbono. O CBAM planejado é uma ferramenta inédita que permitiria à UE aumentar os preços de alguns bens importados – incluindo aço e alumínio – que são poupados dos custos de proteção climática enfrentados pelos fabricantes sediados no bloco.
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