Política
Lula propõe criação de um grupo de países neutros para buscar a paz na Ucrânia: ‘É preciso acabar com essa guerra’
Presidente se reuniu com Joe Biden, na Casa Branca, nesta sexta-feira,10; mais cedo, chefe do Executivo brasileiro já havia defendido o fim do conflito no Leste Europeu
Anna Moneymaker / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Encontro entre Lula e Biden ocorreu nesta sexta-feira, 10
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira, 10, com o presidente americano Joe Biden, na Casa Branca. Um dos assuntos debatidos entre os líderes foi a Guerra da Ucrânia, que completará um ano no dia 24 de fevereiro. O petista propôs a criação de um grupo de países neutros para discutir a paz na Ucrânia. “Falei com o presidente Biden sobre a necessidade de se criar um grupo de países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra da Rússia contra a Ucrânia para que a gente encontre possibilidade de fazer a paz”, disse Lula. Em seguida, o presidente reforçou a necessidade de se colocar um fim no conflito. “Estou convencido de que é preciso encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra. Senti da parte do presidente Biden essa mesma preocupação”, completou.
A Amazônia também foi um dos temas discutidos na sede do governo norte-americano. Lula reforçou a necessidade da preservação da floresta e também propôs uma aliança na luta contra o aquecimento global. “Cuidar da Amazônia hoje é cuidar do planeta Terra. E cuidar do planeta Terra é cuidar da nossa sobrevivência. Todos nós temos a obrigação de deixar para os nossos filhos e netos um mundo melhor do que o recebemos dos nossos pais”, disse. “Vamos levar muito a sério essa questão do clima. E lhe digo mais uma coisa, presidente, é preciso que a gente estabeleça uma nova conversa para construir uma governança mundial mais forte, porque a questão climática, se não tiver uma governança global forte, que tome decisões que todos os países sejam obrigados a cumprir, não vai dar certo”, completou o chefe do Executivo brasileiro. Ele diz acreditar na entrada dos EUA no Fundo Amazônia. “Não só acho que vão, como é necessário que participem. “O Brasil não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade, mas também não quer abrir mão de que a Amazônia é um território do qual é soberano. Não discuti especificamente o Fundo Amazônia. Discuti a necessidade dos países ricos assumirem a responsabilidade de financiar todos os países que têm florestas. Só na América do Sul, além do Brasil, temos Equador, temos a Colômbia, temos Peru, temos Venezuela, temos as Guianas, temos vários países que temos que cuidar”, afirmou o presidente brasileiro. Após a entrevista de Lula, o presidente Joe Biden anunciou, sem citar valores, a intenção de colaborar com o Fundo Amazônia.
Os dois chefes de Estado ainda fizeram uma defesa à democracia em um momento aberto para jornalistas. Lula lembrou da invasão ao Capitólio, em 2021, e também dos atos de vandalismo ocorrido no Congresso Nacional no dia 8 de janeiro. “Primeiro, nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio. E que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil, com a invasão do Congresso Nacional, do palácio do Presidente e da Suprema Corte”. O chefe do Executivo brasileiro pregou uma união entre os dois países na luta contra a desigualdade social. “a periferia jovem, os jovens negros da periferia, são vítimas, muitas vezes, da incapacidade do Estado, porque a violência que existe é a ausência de políticas públicas para garantir sonhos à juventude”.