Política
Manifestantes protestam contra a volta do PT e ministros do STF em ao menos 8 Estados
No feriado de 15 de novembro, atos reúnem grupos em acampamentos próximos a bases militares para pedir o apoio das Forças Armadas e criticar ‘ditadura do Judiciário’
FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO
Protestos ocorrem por conta da insatisfação dos manifestantes com o resultado das urnas no segundo turno
No dia da Proclamação da República, celebrado nesta terça-feira, 15, manifestantes protestam contra o resultado das eleições de 2022 e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em diversas regiões do país. Foram organizados atos em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Curitiba, Paraná, Salvador e Mato Grosso do Sul. Os protestantes se reúnem em acampamentos próximos a bases militares. O Quartel General do Exército Brasileiro, na capital federal, o Círculo Militar, na região do Ibirapuera, na capital paulista, o Comando Militar do Leste, no Estado fluminense, possuem a maior concentração de pessoas, que o apoio das Forças Armadas e criticam o que chamam de “ditadura do Judiciário” – em Brasília, por exemplo, os grupos exibem cartazes com os dizeres “Supremo é o povo” e “SOS Forças Armadas”.
Como a Jovem Pan mostrou, o governo do Distrito Federal bloqueou o fluxo de veículos na Esplanada dos Ministérios para impedir a entrada de pedestre à Praça dos Três Poderes, onde fica o prédio do STF. A medida tem como objetivo impedir que os caminhões concentrados ao lado do Quartel General do Exército consigam se locomover até a Corte e travar o acesso à região. A Corte, presidida pela ministra Rosa Weber, tem sido um dos principais alvos dos grupos, que questionam a condução do processo eleitoral e algumas decisões do Judiciário, como o bloqueio de perfis de parlamentares nas redes sociais. Em evento do Grupo Lide Brasil, em Nova York, nos Estados Unidos, magistrados criticaram as manifestações que ocorrem no Brasil desde a proclamação da vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Os episódios de intolerância que hora assistimos inspiram a tomada de atitude que deverá ser levada efeito em cada esfera competente, mas também impele refletir de que forma as instituições poderão tratar expectativas sociais frustradas. Sendo mais direto, é preciso indagar se há algo mais por trás dos discursos lunáticos e histéricos que pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos”, afirmou Gilmar Mendes. Em seu perfil no Twitter, o ministro Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que o Brasil “merece paz, serenidade, desenvolvimento e igualdade social”. “O povo se manifestou livremente e a Democracia venceu!!! O Brasil merece paz, serenidade, desenvolvimento e igualdade social. E os extremistas antidemocráticos merecem e terão a aplicação da lei penal”, diz a íntegra da publicação.
Na segunda-feira, 14, o Exército Brasileiro divulgou uma nota em que reafirma seu compromisso irrestrito e inabalável com o povo, a democracia e com a harmonia política e social do Brasil. “A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito. Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação. (…) A construção da verdadeira Democracia pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social.”, afirmou.