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Mitsotakis quer novas eleições a 25 de junho
Na primeira volta, com 99,7% dos votos contados, o partido Nova Democracia obteve 40,79% – o dobro dos 20,07% do Syriza, a principal oposição de esquerda
Kyriakos Mitsotakis não vai tentar formar um governo de coligação e devolveu, após algumas horas, o mandato que recebeu da Presidente grega. O primeiro-ministro grego defendeu, esta segunda-feira, a realização de novas eleições a 25 de junho, para tentar obter uma maioria absoluta, depois de a vitória nas legislativas de domingo ter sido insuficiente.
“Creio que não há nenhuma condição para a formação de um governo por este Parlamento e quero salientar que, se o sistema eleitoral que será aplicado nas próximas eleições estivesse em vigor ontem, a Nova Democracia já teria uma forte maioria parlamentar que ultrapassaria os 170 lugares”, declarou.
Alexis Tsipras culpou os restantes partidos da oposição pela derrota. “Aprendi nos momentos difíceis a assumir a responsabilidade e a não desistir da luta. Eu estou aqui. Não vou desistir, inclusive agora, mesmo no meio de uma luta difícil”, afirmou.
Kyriakos Mitsotakis falou por telefone com os líderes políticos e informou-os da sua intenção de realizar eleições a 25 de Junho, ou seja, uma semana antes do primeiro domingo de Julho, como tinha sido apontado.
Margem da vitória ultrapassa previsões
Com 99,70% dos votos contados, o partido Nova Democracia (ND), de Mitsotakis, obteve 40,79% – o dobro dos 20,07% do Syriza, a principal oposição de esquerda – dominando 58 dos 59 círculos eleitorais do país. O partido socialista Pasok ficou em terceiro lugar, com 11,46%, e a taxa de participação foi de 61%.
A margem de vitória do ND ultrapassou largamente as previsões das sondagens e foi a maior desde 1974, quando se realizaram as primeiras eleições democráticas na Grécia, após a queda da ditadura militar que durou sete anos.
Mandato manchado por um desastre ferroviário
Kyriakos Mitsotakis, um antigo executivo bancário formado em Harvard, chegou ao poder em 2019 com a promessa de reformas orientadas para os negócios e prometeu continuar a reduzir os impostos, impulsionar os investimentos e reforçar o emprego da classe média.
Foi responsável pelo sucesso da Grécia na gestão da pandemia e de duas crises com a vizinha Turquia, ao mesmo tempo que supervisionou o elevado crescimento e a criação de emprego após o fim da crise financeira de 2009-2018. O seu mandato foi manchado por um escândalo de escutas telefónicas e um desastre ferroviário.