Atualidades com Marcello Amorim
Mulher Amazonense, um exército invisível
Estive neste final de semana em dois municípios, Autazes e Nova Olinda do Norte. Após rever muitos amigos, conhecer novas pessoas, participar de vários momentos cívicos, social e eclesiástico me veio uma observação que considero relevante. Em todos os eventos o número de mulheres participando era maioria.
Uma pergunta tomou conta de mim: – Por que então as mulheres continuam sendo a minoria na política? Quem representa mais em nossa sociedade o sentimento divino do amor, respeito ao próximo, emotividade do que essas preciosas mulheres.
Nas eleições de 2018, as mulheres ocuparam apenas 16% dos cargos, apesar de somarem 52% da população geral. No ano passado, para incentivar a participação feminina na política, o Congresso Nacional aprovou uma PEC que estabelece um mínimo de 30% para destinação de fundo de financiamento de campanha e da parcela do fundo partidário às campanhas eleitorais em candidaturas femininas em eleições proporcionais e majoritárias.
O incentivo à participação de mulheres em posições de liderança, especialmente nas eleições de 2022 deveria ser tema em todo o Brasil. Seria preciso uma mobilização que busque encorajar mais mulheres a buscar um lugar na política.
Recentemente lendo um artigo do reverendo Hernandes Dias Lopes, falando sobre mães, ele nos fez lembrar do grande estadista americano, Abraão Lincoln, que disse com razão, que as mãos que embalam o berço, governam o mundo, trazendo-nos a verdade de que as mulheres como mães são mestras do bem, conselheiras sábias, educadoras primorosas, intercessoras fervorosas, e, como àquelas que encontrei nesta viagem, heroínas anônimas.
Porém, a vasta maioria delas, mesmo nas fronteiras do anonimato, forma o time de primeira divisão, como as grandes pedagogas, que ensinam os filhos as primeiras lições da vida e dão de beber a eles o leite da benevolência.
Por falar em mães – que se comemorou neste último domingo , não é apenas aquela que gera, mas também, aquela que educa para a vida, transmitindo aos filhos do coração, as verdades eternas. Essas, mesmo não concebendo em seu ventre, concebem em seu coração; mesmo não dando aos filhos adotivos o leite materno, oferecem-lhes o pão nutritivo da verdade. Essas, não são pregoeiras de banalidades, mas são mestras da mensagem que conduz à vida.
Andando nesta grande nação temos visto que hoje, mercê da graça divina, temos muitas mulheres cultas, preparadas, influentes na sociedade, ocupando um merecido espaço no cenário acadêmico e profissional, galgando os lugares mais altos da vida pública, empresarial e educacional. Mas, ainda e, sobretudo, precisamos de mulheres que tenham tempo para politizar o Amazonas com o seu amor, sentimento esse herdado pelo Divino. Mesmo que, muitas dessas mulheres passem a vida longe dos holofotes, sem o reconhecimento popular e sem o aplauso da sociedade, elas certamente serão conhecidas e empoderadas se decidirem politizar nossa sociedade com seu senso comum.
Infelizmente as mulheres encontram grandes dificuldades em ocupar espaços de poder, serem eleitas ou ter voz ativa nas tomadas de decisões políticas. A não ocupação desses espaços deixa as mulheres à margem dos processos de elaboração das políticas públicas, além de enfraquecer nossa democracia.
Precisamos, como sociedade, trabalhar em favor do fortalecimento e a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão. Isso deve ser um dos eixos prioritários de atuação das políticas para mulheres, sim, porque a sub-representação política das mulheres é um dos fatores que impede a equidade de gênero.
Assim, repito, precisamos promover a formação política e incentivar a participação das mulheres para que ocupem cargos de liderança política, possibilita uma democracia mais sólida e representativa.