Mundo
Nave espacial japonesa despenha-se em solo lunar
A ispace, empresa privada japonesa que deveria ter colocado um engenho não-tripulado na lua, esta quarta-feira, diz que há uma grande probabilidade de que a cápsula se tenha despenhado contra o solo do satélite terrestre.
A empresa perdeu o contacto com a Hakuto – “coelho branco”, nome dado à nave – pouco antes de esta pousar na lua.
Mais de seis horas após a interrupção das comunicações, a empresa de Tóquio, ispace, confirmou finalmente o que todos suspeitavam, afirmando que havia “uma grande probabilidade” de a nave espacial se ter despenhado na lua.
Parece ter terminado sem glória uma missão que durou quatro meses e meio. O Japão falha assim a tentativa de conseguir o que, até agora só três países, Estados Unidos, Rússia e China, conseguiram: colocar um engenho na superfície da lua.
Takeshi Hakamada, fundador e diretor executivo da ispace, manteve a esperança mesmo depois de se ter perdido o contacto quando a nave desceu os últimos 10 metros. Os controladores de voo olhavam para os seus ecrãs em Tóquio enquanto os minutos passavam sem que se ouvisse qualquer sinal da lua.
Uma equipa de rosto sombrio rodeou Hakamada quando este anunciou que a aterragem provavelmente falhara.
Tentar até pousar na lua
Se tudo tivesse corrido bem, a ispace teria sido a primeira empresa privada a conseguir uma aterragem lunar. Hakamada prometeu tentar de novo, dizendo que uma segunda aterragem na lua já está a ser preparada para o próximo ano.
O módulo de aterragem japonês de 2,3 metros transportava um minirover lunar para os Emirados Árabes Unidos e um robô de brinquedo do Japão concebido para rolar na poeira lunar durante cerca de 10 dias, o tempo que a missão era suposto durar.
O “coelho branco” tinha como alvo a cratera Atlas na secção nordeste do lado próximo da lua, com mais de 87 quilómetros de diâmetro e pouco mais de 2 quilómetros de profundidade.
Fundada em 2010, a ispace espera começar a dar lucro como um serviço de táxi de ida à lua para outras empresas e organizações. A empresa já angariou 300 milhões de dólares para cobrir as três primeiras missões, de acordo com Hakamada, que promete não baixar os braços.