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ONU e Rússia conversam sobre extensão do acordo de grãos em tempo de guerra
GENEBRA — As principais autoridades russas e da ONU conversaram na Suíça na sexta-feira para tentar resolver a extensão de um acordo que permite embarques de grãos ucranianos e exportações russas de alimentos e fertilizantes, com pouco mais de uma semana antes do acordo de guerra destinado a aliviar uma crise alimentar global. definido para expirar.
O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, e a chefe de comércio da ONU, Rebeca Grynspan, responsável pelo lado russo do acordo, se reuniram em Genebra com uma equipe russa liderada pelo vice-chanceler Sergey Vershinin.
“Espera-se que essa discussão avance no progresso feito para facilitar a exportação desimpedida de alimentos e fertilizantes originários da Federação Russa para os mercados globais”, disse a porta-voz da ONU em Genebra, Alessandra Vellucci, a repórteres.
O acordo é crítico porque a Ucrânia e a Rússia são grandes fornecedores de trigo, cevada, óleo de girassol e outros alimentos, especialmente para partes da África, Oriente Médio e Ásia, onde muitas pessoas já passam fome e os preços dos alimentos dispararam. A falha em renovar o acordo de guerra levantou temores de que uma crise global de alimentos piorasse.
Autoridades da ONU dizem que a reunião se concentrará na “implantação total” de dois acordos separados assinados com a Rússia e a Ucrânia em Istambul em 22 de julho. Crimeia.
As autoridades russas disseram estar insatisfeitas com a implementação do acordo e que ainda não decidiram se estendem o acordo intermediado pela ONU e pela Turquia depois que expira em 18 de novembro.
Não há sanções dos EUA ou da União Europeia sobre remessas de alimentos e fertilizantes, mas diplomatas russos citaram problemas para obter financiamento e seguro para navios e encontrar portos onde navios russos possam atracar.
“Precisamos resolver uma série de questões relacionadas à parte conhecida do chamado acordo de grãos que nos preocupa”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres. da ONU. Portanto, o trabalho está em andamento nessa direção”.
Grynspan, que lidera a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, disse ao Conselho de Segurança na semana passada que a Ucrânia e a Rússia fornecem cerca de 30% do trigo e cevada exportados do mundo, 20% do milho e mais de 50% do óleo de girassol. A Rússia também é o maior exportador mundial de fertilizantes, respondendo por 15% das exportações globais.
Os embarques de grãos ucranianos dos portos do Mar Negro chegaram a 10 milhões de toneladas, disse a ONU, e o fim do acordo pode ter um efeito cascata nos preços, disponibilidade e segurança dos alimentos em muitas partes do mundo.
“Ninguém, eu acho, quer ver que há uma rescisão do acordo. Acho que a situação seria muito difícil e as implicações seriam muito sérias”, disse Boubaker Ben Belhassen, chefe da divisão de comércio e mercados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.
“No curto prazo, certamente os preços terão que responder e aumentarão, especialmente, por exemplo, para trigo, milho e também para óleo de semente de girassol”, disse ele a repórteres durante um briefing da ONU na sexta-feira.
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