P62 » 100 dias de Milei: forte ajuste econômico e inflação ainda alta

O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, completou 100 dias e a mídia local e internacional fez um balanço de desempenho aqui. Uma constatação de que a administração do político ultraliberal fez fortes progressos para a correção dos desequilíbrios macroeconômicos do país, mas que a inflação continuou a preocupar as famílias, uma vez que houve uma desvalorização cambial, com ajuste dos preços relativos.

Numa análise política, o jornal Clarn destacou que Milei caracterizou esse período pelo centralismo, focando na mudança que ele está imprimindo ao passo e fortalecendo sua imagem de liderança pessoal no processo. No entanto, isso também teria gerado algumas derrotas no Congresso, uma vez que ele partiu para um confronto com que define como a casta política do país.

Por conta disso, todas as mudanças que a obtenção foi feita agora foram por meio de medidas administrativas e de resoluções do ministro da Economia, Lus Caputo, que não dependiam da aprovação de deputados e senadores, uma vez que Milei tem minorias no Congresso.

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O ajuste fiscal em curso, simbolizado pela figura da motosserra, foi uma dessas mudanças, mas tanto o Decreto Nacional de Urgência (DNU) de Milei, apelidado de decretação por envolver mais de 300 medidas de desregulamentação econômica, quanto o Projeto de Lei de Bases , enviado em dezembro, está com muita dificuldade de tramitação nas casas legislativas.

Ele lançou uma ideia de um grande pacto social, que chamou de Pacto de Maio a ser assinado na cidade de Crdoba, no dia 25 de maio. O plano tem dez princípios básicos para levar o que seria uma nova ordem econômica, mas precisa de muito apoio político para prosperar, especialmente dos governadores das províncias.

Custo das mudanas

O preço cobrado pelo ajuste ainda alto. A inflação continua a afligir a população, embora sob Milei a taxa mensal tenha recuado de 25% em dezembro para 20% em janeiro e 13,2% em fevereiro. Um projeto recente do semânrio argentino Perfil anterior que esse táxon poderia se situar em torno de 7% em julho.

A agência além da Deutsche Welle lembra que o Observatório Social da Universidade Católica (UCA) constatou que a pobreza aumentou de 45% para 57% na Argentina. Ao mesmo tempo, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) espera que a taxa de pobreza infantil suba de 62% para 70%.

O jornal Página 12, crítico ao governo, destacou que vários setores da economia foram prejudicados com o novo governo, como o da construção, que perdeu 100 mil empregos diretos durante o período. A vida do Estado com as empresas do setor já teria atingido 150 bilhões de pesos, enquanto as empresas tão pressionadas a não cumprir as obrigações e a repassar essa perda aos seus fornecedores e ao resto da cadeia de abastecimento.

Cmbio

Sobre o comportamento do cmbio, o jornal mbito Financiero lembra que nestes 100 dias, o dlar livre alinhou as expectativas de desvalorização com a política monetária do governo e, de fato algumas cotaes subiram a um ritmo mais lento que a taxa oficial. Nos últimos dias, o cotão tem sido mostrado relativamente estável, em torno de 1.000 pesos.

Segundo Facundo Herrera, analista do Grupo IEB, apesar da desvalorização que levou o cmbio de US$ 360 para mais US$ 800 (na cotao oficial do BC) e do acmulo de inflao de 70% nos primeiros tres meses de gesto, a cotao CCL , muito utilizado por investidores, taxas semelhantes de meados de dezembro.

Já o economista Gustavo Ber afirma que a implementação imediata do equilíbrio fiscal e do aperto monetário despertaram confiança de que seria possível desacelerar a inflação.

Milei disse recentemente que isto está sendo criado como condições para retirada de todos os controles cambiais no pas, o chamado cepo, mas que ainda necessrio que as reservas cresam um pouco mais, para evitar novas pressões inflacionrias.

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