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P62 » Aumentaram as discussões com as propostas econômicas dos partidos antes das eleições francesas
Os líderes empresariais franceses manifestaram preocupações sobre as políticas econômicas dos partidos políticos antes das eleições legislativas antecipadas, ressaltando as incertezas sobre os planos orçamentais do RN e o impacto potencial nos investimentos e na estabilidade do mercado.
Os líderes empresariais franceses estão preocupados com as políticas econômicas dos partidos políticos antes das próximas eleições legislativas antecipadas.
Este sentimento foi evidenciado durante um evento de alto nível organizado pela MEDEF, a principal federação de trabalhadores de França, onde políticos proeminentes destacaram os seus programas económicos.
Pela primeira vez, Éric Ciotti e Jordan Bardella apareceram juntos no evento, com o objetivo de tranquilizar os trabalhadores quanto às suas agendas econômicas.
Bardella, representante do partido de extrema-direita Rassemblement National (RN), enfatizou a estabilidade e o crescimento, enquanto Ciotti – líder dos conservadores de centro-direita Les républicains (LR), que sugeriu de forma controversa que o seu partido se aliasse ao RN – prometeu apoio à comunidade empresarial.
A proposta do RN de reverter a reforma das pensões inquietou particularmente muitos líderes empresariais.
O presidente de uma empresa descreveu os planos orçamentais do RN como “completamente desequilibrados”. Já a coligação de esquerda, representada por Boris Vallaud, apelou a uma maior solidariedade dos trabalhadores.
Édouard Philippe e Bruno Le Maire, da aliança centrista do presidente Emmanuel Macron, sublinharam uma abordagem pró-empresarial e anunciaram contra as políticas económicas dos seus adversários. Le Maire criticou as propostas do RN, classificando-as de “loucas” e sublinhando a necessidade de responsabilidade fiscal.
No meio da incerteza política, os empresários, como Charles Le Goff, adotaram uma atitude cautelosa, congelando os investimentos e suspendendo as contratações.
Um outro empresário, ligado à indústria aeronáutica, contratou um empréstimo para se preparar para eventuais desafios, duvidando das previsões do RN e das promessas da esquerda.
As eleições, marcadas para 30 de junho e 7 de julho, surgem na sequência da decisão de Macron de dissolver a Assembleia Nacional após o forte desempenho do RN nas eleições europeias.
As últimas sondagens indicam que o RN liderou com 34% nas intenções de voto, seguido pela Frente Popular, de esquerda, com 29%, e pela aliança Juntos de Macron, com 22%.
Bardella, dirigindo-se ao MEDEF, prometeu uma auditoria às finanças públicas e um orçamento revisto para 2024, incluindo reduções de impostos para as empresas.
Apelou também a uma redução das despesas da UE e um controlo das lacunas fiscais. No entanto, Le Maire reiterou o compromisso do governo de reduzir o défice orçamental e manter a estabilidade.
Os representantes da esquerda, como Eric Coquerel, da France Unbowed, argumentaram que o aumento das despesas seria equilibrado pelo crescimento económico e pelo aumento dos impostos sobre os ricos.
Apesar destas garantias, muitos recursos continuam a não ser aprimorados. Sophie de Menton, diretora do Movimento Ética, afirmou que nenhuma das propostas do partido dava garantias.
O primeiro-ministro Gabriel Attal comprometeu-se a baixar a fatura da eletricidade, a ajustar o imposto sucessório e a ligar as pensões à inflação se a aliança de Macron mantivesse o poder. Confirmou que não haverá aumentos de impostos sob a sua administração.
Os mercados mostraram alguma estabilidade após as recentes flutuações, mas os investidores continuam a desconfiar de um governo liderado pelo RN, demasiado gastador, ou de um potencial impasse legislativo se nenhum partido garantir a maioria absoluta.
As ações francesas foram recuperadas, mas a diferença de custo dos empréstimos entre as obrigações francesas e alemãs indica que os investidores continuam cautelosos.
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