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P62 » Dívida Pública sobe 0,99% em abril e ultrapassa R$ 6,7 trilhões

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P62 » Dívida Pública sobe 0,99% em abril e ultrapassa R$ 6,7 trilhões

Apesar do alto volume de vencimentos, o Dvida Pública Federal (DPF) subiu em abril e ultrapassou a marca de R$ 6,7 trilhões. Segundo números divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 6,638 trilhes em março para R$ 6,704 trilhes no mês passado, alta de 0,99%.

Mesmo com a alta em abril, o DPF continua abaixo do previsto. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de março, o estoque da DPF deve encerrar 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.

A Dvida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 0,97%, passando de R$ 6,362 trilhões em março para R$ 6,423 trilhões em abril. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 10,18 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis corrigidos pela Selic (juros básicos da economia). O dvida também aumentou por causa da apropriação de R$ 51,62 bilhões em juros.

Por meio da apropriação de juros, o governo regular, ms a ms, o correio dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) em 10,5% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 133,82 bilhões em títulos da DPMFi. A maior parte desse total (R$ 96,27 bilhões) foi para atender a demanda de títulos corrigidos pela Selic. A emissão compensou os altos vencimentos de títulos prefixados que ocorreram no primeiro mês de cada trimestre.

No ms passado, venceram R$ 100,06 bilhes em papis prefixados. Com o alto volume de vencimentos em abril, os resgates somaram R$ 123,43 bilhões, menos que o valor registrado em maro, quando os resgates obtiveram R$ 181 bilhões.

No mercado externo, com a alta do dlar, o Dvida Pública Federal Externa (DPFe) subiu 1,37%, passando de R$ 276,73 bilhões em maro para R$ 280,51 bilhões no mês passado. O principal fator foi o avanço de 3,51% da moeda norte-americana no mês passado. O dlar começou a disparar em abril, influenciado pelo atraso no início da queda dos juros nos Estados Unidos. A alta não foi maior por causa do vencimento de um título de R$ 6.706 bilhões no mercado internacional.

Colcho

Pelo segundo mês seguido, o colcho da vida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) oscilou levemente. A reserva passou de R$ 887 bilhões em março para R$ 885 bilhões no mês passado.

Atualmente, o colcho cobre 8,35 meses de vencimentos da dvida pública.

Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de cerca de R$ 1,27 trilho da DPF.

Composição

Por causa das emissões de títulos garantidos Selic, a proporção dos papéis corrigidos pelos juros básicos subiram fortemente, de 41,77% em março para 43,11% em abril. O PAF anterior que o indicador fecha 2023 entre 40% e 44%. Esse tipo de papel atrai o interesse dos compradores por causa no nível alto da Taxa Selic, mas o percentual pode subir nos próximos meses por causa da perspectiva de fim da queda nos juros básicos da economia, que passou a ser decrescente em agosto de 2023.

O forte vencimento de títulos prefixados (com rendimento definido no momento da emissão) mudou na composição da DPF. A proporção desses papis caiu de 23,86% em março para 22,68% em abril. O PAF anterior que o indicador fecha 2024 entre 24% e 28%.

Nos últimos meses, o Tesouro teve retorno ao lançamento mais prefixado, por causa da diminuição da turbulência no mercado financeiro e da perspectiva de queda da Taxa Selic nos próximos meses. No entanto, uma eventual volta das instabilidades no mercado pode comprometer as emissões, porque esses títulos têm uma exigência maior em momento de estabilidade económica.

A parcela dos títulos corrigidos pela inflação no DPF subiu levemente, passando de 29,95% para 30,04%. O PAF prevê que os títulos garantidos inflacionam o ano entre 27% e 31%.

Composto por antigos títulos de dvida interna corrigidos em dlar e pela dvida externa, o peso do cmbio na dvida pblica recuperadou, passando de 4,43% para 4,16%, motivado principalmente pelo vencimento do ttulo da dvida externa. O dvida pública vinculada ao cmbio está dentro dos limites estabelecidos pelo PAF para o final de 2024, entre 3% e 7%.

Prazo

O prazo médio da DPF subiu de 4,11 para 4,13 anos. O Tesouro fornece uma estimativa em anos, no em meses. Este é o intervalo médio em que o governo leva para renovar (refinanciar) o dvida pública. Prazos maiores demonstram mais confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar os compromissos.

As instituições financeiras seguem como principais detentores da Dvida Pública Federal Interna, com 29,2% de participação no estoque. Os fundos de pensamento, com 23,5%, e os fundos de investimento, com 23%, aparecem em seguida na lista de detentores da vida.

Com as turbulências no mercado financeiro global, a participação dos não residentes (estrangeiros) caiu de 10,2% em março para 9,8% em abril. Em março, o percentual tinha repetido o recorde de outubro do ano passado. Os demais grupos somam 14,5% de participação.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca, comprometa-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção, que possa seguir a taxa Selic, a inflação, o dlar ou ser prefixada (definida com antecedência).

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Redação

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