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P62 » Do trabalho remoto à geração Z: como o CEO da Manpower analisa o mundo do escritório?

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P62 » Do trabalho remoto à geração Z: como o CEO da Manpower analisa o mundo do escritório?

A pandemia de Covid-19 inaugurou, na marra, uma nova era no mercado de trabalho: a da adaptabilidade. As dinâmicas foram reavaliadas e tantas empresas como profissionais tiveram que rever suas prioridades para seguirem seus objetivos.

Essa é a análise de Mnica Flores, presidente da Manpower para América Latina, em entrevista exclusiva ao Infomoney. Especializada em serviços voltados para a área de Recursos Humanos, a Manpower hoje uma empresa global presente em mais de 70 passos, com aproximadamente 700 mil colaboradores. Você treinou mais de 1 milhão de pessoas por ano para seus mais de 120.000 clientes espalhados pelo mundo.

Esse amplo universo de atuação permite à empresa detectar com mais precisão quais os novos rumores do mercado de trabalho em todo o mundo. Flores destaca ao InfoMoney o diferencial dos profissionais da América Latina, como a diversidade geracional pode servir de trunfo às companhias, o que sinnimo de progresso aos trabalhadores e como a paridade global entre homens e mulheres, sobretudo, nas cargas de liderança ainda vai demorar a ser uma realidade.

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Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Infomoney já é possível determinar todos os efeitos da pandemia no mercado de trabalho?

Mnica Flores A pandemia reescreveu as regras no apenas do trabalho, mas de como vivemos, consumimos e nos divertimos. A digitalização se acelerou, provocando uma revolução tecnológica nunca vista antes. Sempre houve mudanças no mercado, mas agora elas se tornaram mais rápidas e profundas. A pandemia nos mostrou que o trabalho remoto é possível e produtivo. Tanto que o regresso não é automático. No voltaremos vida anterior, at porque conversamos do futuro do trabalho e no no passado.

Isso serve para todas as empresas?

Não. Nem todas as empresas, nem todos os setores vão trabalhar remotamente ou de forma híbrida. Depende da indústria, da posição e do funo de cada pessoa. um mito também pensar que todo o mundo quer trabalhar remotamente, ou se vai conseguir.

Os mais jovens sabem o trabalho remoto?

Isso não tem necessariamente a ver com a idade. Muitos jovens querem trabalhar presencialmente, porque não escrevem onde eles se socializam e aprendem. onde eles tm contato com os líderes da organização e aprendem a se comportar. Nas empresas de tecnologia a presença é valorizada porque essa é a única forma de transmitir valores e cultura.

com contato humano que a cultura se dissemina, porque não existe um manual, a cultura o conjunto de comportamentos visíveis. As pessoas não aprendem com o que você diz elas, mas aprendem com o que veem.

Então o que as organizações fizeram?

Acredito que a maioria ficará no sistema mais flexível. Com horrios negociados e sistemas hbridos. O modelo das 9h às 18h vai deixar de imperar, porque as pessoas já experimentaram os benefícios de entrar em horrios sem trânsito, por exemplo, em grandes cidades como São Paulo, ou sair mais cedo porque precisa fazer mestrado ou ter flexibilidade para levar seu filho ao médico.

Mais ou menos como o movimento da Semana de 4 Dias prope?

Existem várias iniciativas, porque não há receita mágica. Uma simples redução da jornada de trabalho não garante a produtividade. H setores, como de serviços e saúde, que não podem reduzir os dias de trabalho. Tudo precisa ser acompanhado de medidas que garantam, pelo menos, que a produtividade seja mantida. Se o resultado for um desastre.

preciso que haja mensuração, objetivos e processos claros, ou que nem todas as organizações possuam. Além disso, não sei se os funcionários querem ter mais um dia de descanso na semana ou se preferem salários maiores, para usar o dinheiro onde quiser. Fala-se muito em ter mais bem-estar, mas cada um tem a sua visão do que bem-estar.

Implantar programas como esse em passos cuidadosos, como os da América Latina, pode ser um problema?

Em nossos passos a realidade outra. As pessoas podem querer dinheiro para viajar nas frias ou gastar na escola ou cuidar da saúde. O grande sonho, na verdade, progredindo. Por isso, acho perigoso generalizar.

Quais são as tendências do mercado de trabalho nessa nova realidade?

preciso levar em consideração a realidade de cada passo. No Brasil, por exemplo, 81% das empresas dizem que não conseguem encontrar candidatos adequados para as vagas. Claro que, de maneira geral, as empresas precisam se tornar cada vez mais atraentes para os talentos. Mas fundamental que os indivíduos também percebam que precisam se reinventar, se requalificar diante das novas demandas e ter consciência de que o aprendizado tem de ser constante. preciso perceber que, com a digitalização, novas competências técnicas são tão exigidas.

Mas a competência técnica a única demanda das empresas?

Não, uma atitude mais importante. preciso saber se comunicar por exemplo. Isso em outras línguas também.

A chegada da Inteligência Artificial representa um risco ao trabalhador?

A inteligência artificial vai facilitar tarefas, porque a tecnologia substitui questões mecânicas, complementando o trabalho. Mas nada substitui valores, tica e conhecimento. Ela não sabe fazer perguntas em sigilo e não resolve tudo.

Hoje não temos mercado uma mistura de gerações. Como lidar com os atritos?

O aumento da expectativa de vida das pessoas e a entrada de novas gerações estão criando uma situação diferente no mercado de trabalho. Mas essa convivência de várias gerações pode ser boa. Os mais antigos viviam para trabalhar e os jovens tão mais questionadores e trabalham para viver. Apesar disso, eles podem encontrar todas as respostas na internet, mas a inspiração de uma experiência mais antiga não pode ser substituída. As equipes mais inovadoras e as mais diversas, isso inclui alm da idade, os gneros,

E como você anda a equidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho?

Houve uma grande evolução, mas ainda não há uma paridade global, que deve levar anos para que seja alcanada. Em posições de liderança, as mulheres tão minoritárias são mal remuneradas. Mas ainda preciso avançar em carreiras onde o domínio masculino, como engenharia, por exemplo.

Além disso, as mulheres precisam aprender a pedir aumentos ou promoções. As mulheres pedem cada vez mais depois de apresentarem resultados, e os homens pelo potencial de resultado que podem entregar. Isso em um mundo onde as mudanças estão acontecendo de forma rápida, o tempo importante.

No Brasil, uma terceira avana. Qual é a tendência nos demais mercados?

É comprovado que, nos passos onde há mais abertura para diversificação do pessoal, o crescimento ocorre mais rápido. Os terceirizados tão mais especializados trazem mais inovação. Entre as 500 maiores empresas da Fortune são as que mais inovam. Então, os profissionais têm de se preparar para essa nova realidade de trabalho e aprendizado, para não ficarem obsoletos. Isso também está conectado de maneira flexível.

E quais são os diferenciais dos profissionais da América Latina?

Cada vez mais, vejo latinos ocupando mais postos-chave. Somos mais flexíveis e capazes quanto um asiático e um europeu. O fato de sermos mais gregários e vazios faz diferença neste novo mundo de tecnologias. A parte humana um diferencial extremamente importante.

Nesse novo mercado, como fica a globalização?

A pandemia também mostrou que não pode depender de um único fornecedor. Dessa forma, todos os passos têm um papel importante na produção e na troca benfica para todos. Cada um tem uma competência e isso pode ser complementar.

Como o Brasil se posiciona nesse cenário?

Toda a América Latina está aprendendo novas regras de trabalho e ocupando novos espaços. No Brasil, a mulher vem ganhando espaço mais rápido. Mas todos precisam estar atentos aos talentos. Seja empresa ou funcionário.

Percepções do mercado de trabalho:

77% dos trabalhadores enfrentam dificuldades para encontrar talentos com as habilidades que precisam; 39% dos funcionários afirmam que comunicação, colaboração e trabalho em equipe são características mais importantes; 34% dos trabalhadores estão interessados ​​em contratar profissionais mais maduros; 40% dos funcionários acham que o desenvolvimento profissional é o fator mais importante de produtividade dos fóruns de trabalho; 70% dos investidores planejam recrutar para empregos de habilidades verdes; 58% dos funcionários em todo o mundo acreditam que as tecnologias de Inteligência Artificial e Realidade Virtual terão um impacto positivo na contratação; 57% dos funcionários em todo o mundo afirmaram que consideraram habilidades em videogame durante o processo de contratação; 26% dos estudantes acham que colaboração e trabalho em equipe são habilidades essenciais para candidatos millenials e da geração Z.

Fonte: ManpowerGroup

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