Economia
P62 » Por que a eleição no México é importante para os mercados globais
No próximo dia 2 de junho, o México realiza sua eleição presidencial, que culmina com a primeira mulher a ocupar o Palácio Nacional. A ex-prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, e a ex-senadora Xchitl Glvez lideraram as pesquisas de intenção de voto.
Os levantamentos mostram vantagem de Claudia Sheinbaum, candidata de Andrs Manuel López Obrador, conhecida popularmente como AMLO.
Os olhos do mercado estarão voltados para a disputa.
O Morgan Stanley ressalta que a eleição chama a atenção uma vez que o México está numa posição estratégica em meio à reorganização da cadeia de abastecimento global. Uma reforma no segmento de infraestrutura aps as eleies poderia melhorar materialmente o nearshoring, com austeridade fiscal. Uma alternativa [negativa] pode ser duplicar o limbo energético e a derrapagem fiscal, aponta a equipe de estrategistas do banco.
No ano passado, cabe ressaltar, o México ultrapassou a China e se tornou o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, como consequência do nearshoring o deslocamento da produção para um local mais próximo de onde as mercadorias vendidas, para reduzir custos e dificuldades logísticas. O movimento envolvendo o México começou em 2018, mas cresceu mesmo após a pandemia. O nearshoring pode ajudar o México a adicionar mais 3% ao seu PIB nos próximos cinco anos, segundo clculos da Deloitte.
Para o Morgan Stanley, o cenário mais provável é que sejam feitas alterações políticas marginais, mas positivas para enfrentar os crescentes desafios fiscais e de infraestrutura. De forma a pavimentar o caminho, o cenário de impulso com reformas se daria com parcerias público-privadas que libertariam despesas do governo e permitiriam reformas do lado da oferta. Acompanharemos os eleitos também para o Congresso, especialmente em termos de política energética e fiscal, disponíveis no banco.
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Esperamos que o mercado se concentre diretamente nas decisões políticas que podem ser tomadas por uma nova administração. O México tem se beneficiado da forte ligação com os EUA e do potencial de nearshoring. No entanto, são necessárias reformas significativas para aproveitar plenamente esta situação. Na verdade, dizemos que reformas estruturais rápidas e profundas são tão cruciais para evitar uma escorregadia da ladeira quando se trata do setor energético, tanto da eletricidade como do petróleo e gs, e do setor fiscal, reitera o banco.
Neste cenário, o banco v propostas positivas para o mercado de ações do país, mas menos para o peso mexicano. Pensamos que os eleitos podem funcionar como um empreendimento para ativos com avaliação barata. No entanto, exige, em primeiro lugar, que os decisores políticos () permitam uma parceria mais forte entre o setor público e o setor privado e uma reformulação do modelo de concessão e de eletricidade do país. Se resolver os desafios do lado da oferta, o México poderá avançar ainda mais nos seus benefícios de nearshoring. Em segundo lugar, o compromisso com a política fiscal fundamental, avalia a equipe.
Para o Morgan, mesmo num cenário de continuidade política, ainda há uma forte valorização nas aes em geral e especialmente para as aes da Pemex, empresa petroleira estatal do México, vendendo-as como atrativas. O Morgan tem uma projeção para o MexBol (índice de referência da Bolsa mexicana) de 65 mil pontos, avanço de 17% em relação ao fechamento de sexta-feira, e o coloca como um dos mercados preferidos da América Latina ao lado do Brasil.
Enquanto isso, no mercado de câmbio, o peso mexicano já se beneficiou do seu status de economia bastante correlacionada dos EUA, com a avaliação parecendo caro com base em várias métricas. medida em que a economia dos EUA desacelera de forma mais acentuada ao longo dos próximos 12 meses e o carry trade diminui, esperamos um ajuste em relação aos níveis atuais, aponta. O peso mexicano, vale ressaltar, chegou ao maior nível ante o dlar desde 2015 em abril deste ano.
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