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P62 » Renda maior e precatórios deverão tirar economia do zero no início de 2024, dizem analistas

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P62 » Renda maior e precatórios deverão tirar economia do zero no início de 2024, dizem analistas

São Paulo (Reuters) O mercado de trabalho aquecido, o aumento da renda e o injeção de liquidez com o pagamento de precários devem garantir que a economia brasileira volte a crescer no início de 2024 depois de dois trimestres seguidos de estagnação, ainda que a perspectiva no seja de um movimento forte, avaliem economistas.

O produto interno bruto deve apresentar uma retomada gradual ao longo do ano, de acordo com especialistas, calculado ainda no aumento do crédito diante do ciclo de afrouxamento da política monetária. A economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, mas ficou estagnada tanto no terceiro quanto no quarto trimestre.

Um dos principais resultados positivos no primeiro trimestre do ano deve vir do pagamento dos precatórios feito no final do ano passado, que tem potencial de contribuição o consumo das famílias.

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uma injeção adicional de recursos que será traduzida para consumo. Se forem mais de R$ 30 bilhões na economia no início de 2024, que sustentam gastos das famílias com bens e serviços, diz Rodolfo Margato, economista da XP, calculando que 80% desse impacto ficarão concentrados no primeiro trimestre.

Isso é uma inflação menor e o impulso da renda disponível com um mercado de trabalho que permanece escorregadio, com uma taxa de desemprego que deve seguir em níveis baixos ao longo do ano, favorecendo o consumo. A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre encerrado em janeiro, com aumento no rendimento real dos trabalhadores.

Agropecuária preocupa

No entanto, os analistas alertam para o desempenho do sector agropecuário. Com safras recordes, a agropecuária sustentou o crescimento do PIB no ano passado, mas esse cenário não deve se repetir em 2024.

O grande cabo de guerra no primeiro trimestre será esse, quanto vai cair o PIB agrícola e quanto vai crescer o consumo das famílias por causa desse impulso do pagamento dos precatórios, alerta Luis Otvio Leal, economista-chefe da G5 Partners, que calcula um impacto de 0,2 ponto percentual do pagamento de precários no PIB do primeiro trimestre.

Outro fator positivo o afrouxamento da política monetária, em um ciclo que veio em agosto do ano passado e tirou a taxa básica de juros Selic do pico de 13,75% para os atuais 11,25%, com expectativas de mais reduções nas próximas reuniões .

Vamos observar os efeitos do mercado de crédito. Vemos aumento das concessões tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, queda da inadimplência e o comprometimento das rendas das famílias mostra queda paulatina, observa Margato.

Com a continuidade da desinflação e dos cortes de juros por parte do BC, a mensagem de que ao longo do ano o afrouxamento das condições monetárias tende a contribuir para um aumento de consumo e produção, completo.

Com uma defasagem de seis meses a nove meses, os impactos do afrouxamento monetário deverão ganhar trao principalmente no terceiro trimestre. Mas há incertezas. O ano de 2024 deve ser marcado por disputas cada vez mais intensas entre o governo e o Congresso sobre quem deve pagar a conta pelos ajustes necessários para cumprir as metas fiscais ambiciosas da equipe econômica.

As narrativas em torno da política fiscal deram uma melhorada, temos arrecadação maior. Mas olhando de frente, com a pressão de gastos que são altos, será que teremos que tributar mais? O que temos hoje é suficiente para que a política fiscal tenha deixado de ser um risco para a atividade?, questiona Marco Antonio Caruso, economista chefe do PicPay.

Em janeiro, a arrecadação do governo federal registrou o melhor resultado de todos os meses da série histórica da Receita, iniciada em 1995, com um total de R$ 280.636 bilhões.

Mas o Congresso derrubou um veto presidencial a um projeto de lei que estende a desoneração da folha de pagamento para vários setores da economia, e ao mesmo tempo a equipe econômica passou a discutir a possibilidade de voltar a importação impostos impopulares sobre importações sem valor de pelo menos 50 dólares.

Pesquisa da Reuters feita em janeiro revelou que a economia deve crescer 1,6% em 2024.

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Redação

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