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Polícia espanhola faz prisão ligada à campanha de cartas-bomba
O Ministério do Interior espanhol disse na quarta-feira que a polícia prendeu um homem de 74 anos sob suspeita de realizar uma recente campanha de cartas-bomba, que autoridades dos EUA disseram ter a intenção de sinalizar como a Rússia e seus representantes poderiam realizar ataques terroristas em Estados membros da OTAN.
A prisão do homem, um cidadão espanhol, ocorre dias depois que autoridades americanas e europeias disseram acreditar que oficiais da inteligência militar russa haviam direcionado associados de um grupo militante supremacista branco baseado na Rússia para realizar os ataques.
Os investigadores se concentraram nas últimas semanas no Movimento Imperial Russoum grupo que tem membros e associados em toda a Europa, segundo as autoridades americanas, que falaram sob condição de anonimato por causa das sensibilidades em torno do inquérito.
Os funcionários acrescentaram que o grupo, que foi classificado como uma organização terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA, acredita-se que tenha laços com agências de inteligência russas.
Segundo um comunicado do Ministério do Interior, as autoridades espanholas acreditam que o próprio detido tenha feito e enviado todas as seis cartas-bomba, embora não tenha sido descartada a “participação ou influência de outras pessoas”. A declaração não mencionou qualquer ligação entre o homem, que os investigadores da polícia disseram ter “conhecimento técnico e de informática”, e grupos de extrema-direita ou o governo russo.
As cartas-bomba foram todas enviadas da cidade de Burgos, no nordeste da Espanha, a principal cidade da região de Burgos onde o homem foi preso, disse o comunicado.
As cartas-bomba foram enviadas no final de novembro e início de dezembro para locais principalmente em Madri, incluindo a residência oficial do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que também serve como seu escritório; as embaixadas americana e ucraniana; e o Ministério da Defesa espanhol.
Ninguém foi morto nos ataques, que as autoridades americanas consideram terrorismo. Um funcionário da Embaixada da Ucrânia ficou ferido quando um dos pacotes explodiu.
O aparente objetivo da ação, segundo as autoridades americanas, era sinalizar que a Rússia e seus representantes poderiam realizar ataques terroristas em toda a Europa, inclusive nas capitais dos estados membros da OTAN, que está ajudando a defender a Ucrânia contra a invasão russa. A Espanha é membro da aliança e deu centenas de milhões de dólares em ajuda militar e humanitária à Ucrânia, bem como apoio diplomático.
Uma das cartas-bomba também foi enviada para Instalaza, um fabricante de armas em Zaragoza, nordeste da Espanha. A Instalaza fabrica lançadores de granadas fornecidos à Ucrânia pelo governo espanhol.
Autoridades dos EUA disseram que os oficiais russos que dirigiram a campanha pareciam ter a intenção de manter os governos europeus desprevenidos e podem estar testando grupos de proxy para realizar tais ataques.