Cidades
Prefeitura mantm execuo de estudo para medicamento contra malria
Prefeitura mantm execuo de estudo para viabilidade de novo medicamento contra malria em Manaus
29/07/2022 15h41
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Sade (Semsa), conta com 842 pacientes que utilizaram o novo esquema medicamentoso para tratamento da malria no municpio. O estudo de Viabilidade Operacional da Cura Radical Apropriada de Plasmodium vivax com Tafenoquina ou Primaquina aps o Teste Quantitativo de G6PD no Brasil conduzido pelo Ministrio da Sade.
De acordo com a gerente de Vigilncia Ambiental da Semsa, enfermeira Alinne Antolini, o uso da tafenoquina reduz o tempo de tratamento contra malria, de sete para trs dias, e a atual etapa do estudo tem como objetivo obter evidncias sobre a viabilidade operacional do uso do medicamento na prtica diria de atendimento das Unidades de Sade de baixa complexidade na rede municipal.
Em Manaus, a primeira etapa deste estudo foi iniciada em setembro de 2021, nas unidades de alta e mdia complexidade da rede estadual de sade. No ms de fevereiro deste ano, o estudo foi ampliado para mais 13 pontos de atendimento na rede municipal, totalizando 17, localizados nas zonas Leste, Oeste e rural da cidade, explica a gerente.
O tradicional tratamento utilizado contra a malria inclui a cloroquina e a primaquina e o estudo tambm pretende avaliar a possibilidade de substituio da primaquina pela tafenoquina no esquema medicamentoso. Alm de Manaus, o mesmo trabalho vem sendo desenvolvido na cidade de Porto Velho (RO).
Conforme as diretrizes do estudo, aprovado pela Comisso Nacional de Incorporao de Tecnologias no Sistema nico de Sade (Conitec), o tratamento com uso da tafenoquina direcionado para pacientes com mais de 16 anos, diagnosticados com malria do tipo vivax. Gestantes no so includas no estudo, j que seguem um protocolo especfico para o tratamento da malria indicado pelo Ministrio da Sade.
No estudo, ainda vem sendo realizado a oferta do teste do nvel da enzima G6PD do paciente, que tambm um novo procedimento na rotina de atendimento nas unidades de baixa complexidade e visa reduzir o risco de complicaes no tratamento. Quando o nvel da enzima fica abaixo do recomendado, o medicamento contra malria, tanto a primaquina quanto a tafenoquina, tem o risco de levar ao desenvolvimento da anemia hemoltica, uma doena grave que pode levar o paciente ao bito.
O chefe do setor de Controle de Endemias do Distrito de Sade (Disa) Leste, Andr Lima, explica que os agentes de endemias realizam as visitas aos moradores de reas de transmisso da malria para execuo de aes de educao em sade e oferta do exame para o diagnstico precoce da doena.
Quando o diagnstico positivo para malria, o agente oferece o teste para avaliar o nvel da enzima. Dependendo do resultado desse exame, vamos administrar a tafenoquina ao paciente ou iniciar outro esquema medicamentoso. O trabalho feito em parceria com a Fundao de Medicina Tropical, que ofereceu suporte tcnico para a execuo do estudo, informou Andr Lima, lembrando que os agentes de endemias realizam o acompanhamento da recuperao de todos os pacientes por um perodo de at 60 dias.
A dona de casa, Francisca Almeida de Arajo, 56, moradora da comunidade no ramal do Brasileirinho, zona Leste, foi uma das pacientes a receber a tafenoquina. Eu tive muito calafrio, dor de cabea e nas pernas. Mas, quando comecei a tomar o medicamento, passou tudo e estou bem melhor agora. Depois da primeira dose que tomei, no tive mais os sintomas, afirmou Francisca.
Casos
Entre janeiro e 27 de julho deste ano, o municpio de Manaus registrou 1.052 casos de malria, apresentando reduo de 40% em relao ao mesmo perodo do ano passado, quando 1.752 casos da doena foram diagnosticados. Segundo dados da Semsa, desde 2018 o municpio vem apresentando reduo de notificao de malria a cada ano.
A reduo resultado de um trabalho contnuo que tem como foco o fortalecimento do diagnstico precoce, a busca pelo tratamento em tempo oportuno para reduzir o risco de transmisso, a busca ativa de casos suspeitos e o controle vetorial do mosquito transmissor da doena. A execuo desse trabalho feita por agentes de endemias, em vigilncia permanente e que so treinados para orientar a populao e reconhecer os sintomas da doena. As equipes realizam visita de casa em casa para realizar os exames, entregar os medicamentos e fazer a superviso do tratamento, frisou Alinne.
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Texto –Eurivnia Galcio / Semsa
Fotos –Henrique Souza / Semsa
Em anexo.