Mundo
Regiões ocupadas pela Rússia pedem anexação a Moscovo
Em Luhansk, a bandeira russa já voa nas ruas da cidade e nas janelas de quem defende a anexação por parte da Rússia, mais de 98% da população de acordo com o que as autoridades locais chamaram de referendo.
Essa anexação foi formalmente solicitada esta quarta-feira, por Luhansk mas também pelas restantes regiões ucranianas ocupadas pela Rússia, Kherson, Zaporíjia e Donetsk.
Leonid Pasechnik, líder da autoproclamada República Popular de Luhansk, justificou o pedido ao Kremlin com a vontade da população, lembrando que há oito anos que sofriam ataques levados a cabo pelas forças ucranianas.
Moscovo parece disposto a acolher de braços abertos os novos territórios e aparentemente até já se prepara a festa. O motivo para a construção de um palco na Praça Vermelha não foi revelado mas o slogan “Juntos para sempre” é sugestivo quanto baste.
A celebração terá de esperar por segunda-feira, quando a anexação for discutida no parlamento.
A Ucrânia já fez saber que irá continuar a lutar para recuperar o seu território e nem todos estão convencidos que a Rússia tenha pressa em tomar uma decisão.
É o caso do analista político, Dmitry Oreshkin, para quem a anexação pode representar uma ameaça para o Presidente russo, uma vez que se as forças russas forem obrigadas “a recuar em Lyman, então os mesmos nacionalistas que o defendem, irão culpar Putin por não ser capaz de proteger territórios que já são russos“.
Disse ainda que acreditava ser esse o motivo para Putin hesitar para tentar perceber se “valia a pena ou não apressar-se a anunciar estes territórios como parte da Federação russa”.
Caso venha a acontecer – como tudo indica – a anexação abre um novo campo de recrutamento na mobilização decretada por Putin para reforçar a linha da frente.
A comunidade internacional foi praticamente unânime na condenação dos chamados referendos e mesmo países que normalmente estão alinhados com Moscovo, como a Índia e a China, apelaram à integridade territorial da Ucrânia.
Washington garantiu que nunca reconheceria a anexação e a União Europeia respondeu com mais um pacote de sanções à Rússia.