Seu resumo de terça-feira

Sanções à Rússia pioram crise alimentar global

À medida que os EUA e a Europa contemplam novas sanções para punir a Rússia por sua guerra à Ucrânia, há uma preocupação crescente de que as consequências estejam alimentando um alarmante problema de fome que não será facilmente revertido, em meio a uma combinação de custos de energia crescentes e exportações restritas da Rússia e Ucrânia.

Vladimir V. Putin, o presidente russo, abraçou e exacerbou a crise, bloqueando as exportações de alimentos e grãos da região e usando a escassez como alavanca para reverter as sanções ocidentais. O papel crítico da região na cadeia de abastecimento alimentar significou um efeito em cascata, elevando os preços globais dos alimentos.

Mesmo quando a escala da crise se tornou mais aparente, os líderes dos países do G7 chegaram ontem perto de adotar um plano agressivo, mas ainda não testado, de manipular o preço do petróleo, o maior mercado de commodities do mundo. O plano permitiria que a Rússia continuasse vendendo petróleo para o mundo, mas limitaria drasticamente o preço.

Pelos números: A Rússia e a Ucrânia exportam juntas cerca de 30% do trigo do mundo e 75% do óleo de girassol. O corte desses suprimentos levou outros governos a bloquear as exportações, enquanto as nações tentam estocar mercadorias.

Citável: Janet Yellen, secretária do Tesouro, disse em abril que os EUA estavam elaborando suas sanções com o fornecimento global de alimentos em mente. “Reiteramos nosso compromisso de autorizar atividades humanitárias essenciais e relacionadas que beneficiem pessoas em todo o mundo”, disse ela, “garantindo a disponibilidade de alimentos básicos e commodities agrícolas”.

Em outras notícias da guerra:

• O julgamento de Brittney Griner, a estrela da WNBA detida na Rússia por acusações de drogas, deve começar na sexta-feira.

Rússia dá calote em sua dívida externa

A Rússia perdeu um prazo para fazer pagamentos de títulos no domingo, seu primeiro default de dívida internacional em mais de um século, depois que sanções ocidentais frustraram os esforços do governo para pagar investidores estrangeiros. Cerca de US$ 100 milhões em pagamentos de juros denominados em dólares e euros não chegaram aos investidores dentro de um período de carência de 30 dias após o prazo de maio.

O default foi motivado por amplas sanções ocidentais que buscavam isolar Moscou dos mercados de capitais globais após a invasão da Ucrânia. Ontem, o Ministério das Finanças da Rússia disse que fez os pagamentos em maio, mas que eles foram impedidos de chegar aos detentores de títulos por uma câmara de compensação financeira com sede em Bruxelas.

As notícias do aparente default mostram “quão fortes” as sanções internacionais contra a Rússia têm sido, disse um alto funcionário do governo dos EUA, destacando o efeito “dramático” na economia russa.

Análise: “Podemos esperar que a Rússia mantenha sua narrativa alternativa: ‘O default não é um default, nós tentamos e não é nossa culpa'”, disse Tim Samples, especialista em dívida soberana, acrescentando que a Rússia também não submetido à jurisdição em tribunais estrangeiros.

O que significa: O default permanecerá na memória dos investidores e provavelmente aumentará os custos de empréstimos da Rússia no futuro. Mas as finanças de Moscou permanecem resilientes mesmo após meses de guerra, e a Rússia continua recebendo um fluxo constante de dinheiro das vendas de petróleo e gás.

Nos estados conservadores que tentam proibir o aborto o mais rápido possível, as batalhas legais estão se acelerando. Defensores do direito ao aborto estão se unindo em torno de uma estratégia de pedir aos tribunais liminares temporárias que permitem que os abortos prossigam no curto prazo. Juízes em Louisiana e Utah suspenderam temporariamente as leis de gatilho de seus estados, permitindo que as clínicas de aborto permanecessem abertas por enquanto.

Estados que apoiam o direito ao aborto se mobilizaram ontem para reforçar suas proteções. Na Califórnia, a maioria dos legisladores estaduais colocou uma emenda constitucional na votação de novembro para proteger explicitamente o direito ao aborto para os 40 milhões de habitantes do estado.

Análise: “É tudo sobre os estados daqui em diante”, disse Jessie Hill, uma professora de direito que trabalhou em casos de direitos ao aborto. “Podemos fantasiar sobre soluções federais para esta questão ou acordos nacionais sobre a questão do aborto, mas acho que depois de Dobbs não vejo muitas possibilidades no nível federal.”

AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Em todo o mundo

Uma reforma da área ao redor da Catedral de Notre-Dame, em Paris, após um incêndio devastador em 2019, a abrirá em direção ao rio Sena e ajudará milhões de visitantes a fluir com mais facilidade, além de mitigar os efeitos do aquecimento global.

A catedral “tinha que ser deixada em sua beleza e ter tudo ao seu redor como uma vitrine para essa beleza”, disse Anne Hidalgo, prefeita de Paris. Mas, acrescentou, “uma cidade como a nossa não pode mais pensar fora das mudanças climáticas”.

ARTES E IDEIAS

O estado do vestuário masculino

Para um leitor que está pensando em renovar seu guarda-roupa depois de 20 anos, Vanessa Friedman, nossa principal crítica de moda, pede a ajuda de Guy Trebay, crítico de moda masculina do The Times.

A boa notícia, diz Guy, da linha de frente dos desfiles de moda masculina, é que, independentemente da idade, as opções são flexíveis. “O terno quebrado – ou jaqueta usada com uma variedade de opções de calças – agora é universalmente preferido entre os designers”, diz ele.

O jeans está mais presente do que nunca. “As opções são muitas, embora uma perna reta e um jeans de ourela índigo escuro sejam um clássico”, diz Guy, que gosta particularmente da marca cara, mas linda de Los Angeles, Hiroshi Kato. Combine-os com uma jaqueta decente, uma Oxford passada ou até mesmo uma camiseta e um bom par de sapatos.

Em tal conjunto, diz Guy, você estará bem vestido para praticamente qualquer ocasião. Ele acrescenta: “Se você quer uma verdadeira ruptura com a tradição pessoal, inspire-se em um dos melhores shows que vi em anos e use Issey Miyake da cabeça aos pés”. Pregas por favor.

Para mais: Uma camisa feita na Índia pode vencer a Savile Row? 100Hands, um alfaiate do Punjab, está apostando que a resposta é sim.