Política
‘Teria que anular toda eleição’, diz Lewandowski sobre relatório do PL sobre urnas
Vice-presidente do TSE afirma que, se confirmado ‘defeito’ no sistema eleitoral, vitória de deputados, senadores e governadores também seria contestada
Carlos Moura/SCO/STF
Ricardo Lewandowski é vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral
O ministro Ricardo Lewandowski, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta quarta-feira, 23, que, caso as alegações de “falhas” nas urnas eletrônicas apontadas pela auditoria do Partido Liberal (PL) fossem confirmadas, todos os resultados da eleição de 2022 deveriam ser anulados, o que incluiria a escolha de deputados estaduais, deputados federais, senadores e governadores. “Se o defeito está nas urnas, está tanto no primeiro quanto no segundo turno. Se alegar defeito e colocar em xeque toda a votação no segundo turno, evidentemente esse defeito estaria no primeiro turno e aí teria que anular toda a eleição”, afirmou Lewandowski, ao comentar decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal, que estabeleceu prazo de 24 horas para que o PL inclua dados a respeito de falhas também no primeiro turno.
Na tarde desta quarta, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, concedeu entrevista coletiva para explicar a representação apresentada pela legenda e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que pedem a anulação parcial de votos computados no segundo turno. Na ocasião, Costa Neto negou que a intenção do partido seja impedir que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tome posse em 2023 e também descartou a possibilidade de uma nova eleição. Entretanto, ele defendeu que a Corte Eleitoral deve esclarecer as dúvidas sobre as supostas falhas apresentadas. “Não pode haver dúvidas sobre os votos, o voto tem que ser seguro e por isso fizemos esse levantamento. E se isso for uma mancha na nossa democracia, temos que resolver isso agora.”