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Turquia investiga mais de 600 pessoas no rescaldo de sismos
Na Turquia, mais de 600 pessoas estão a ser investigadas no rescaldo dos sismos de 6 de fevereiro, de acordo com fonte do governo.
São principalmente empreiteiros, proprietários ou responsáveis de edifícios, suspeitos de ligação aos imóveis que ruíram.
De acordo com o ministro turco da Justiça, Bekir Bozdağ, 184 suspeitos estão presos a aguardar julgamento.
O diário turco Cumhuryiet avança que Ökkeş Kavak, autarca de uma cidade perto do epicentro do sismo, é um dos detidos, acusado de não garantir a realização das inspeções de construção.
Kavak é membro do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) do presidente Recep Tayyip Erdoğan.
Especialistas alertam para a violação de padrões de segurança em edifícios que ruíram e falam em construções frágeis, feitas com materiais e métodos de baixa qualidade, que muitas vezes não cumpriam os padrões estipulados pelo governo.
Os partidos da oposição, por outro lado, acusaram a administração do presidente turco de falhas e de não conseguir fazer cumprir as regras de construção.
Na Turquia, mais de 2 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar as casas na sequência dos sismos devastadores.
“Todas as coisas importantes e valiosas das pessoas ficaram dentro das suas casas. Todos devem ter algo valioso que deixaram para trás. O governo não nos permitiu tirar uma única agulha”, sublinhou Shukran Iyisoylu, afetada pelo terramoto em Diyarbakir, uma das dez províncias arrasadas pelo sismo.
Abdullah Karim, também da região, acrescentou: “os bens e os itens domésticos com um valor entre 25 e 30 mil euros ficaram dentro da nossa casa.”
De acordo com o governo já se inspecionaram mais de um milhão de edifícios.
Outras 173 mil propriedades ruíram ou estão em condições tão más que terão de ser imediatamente demolidas.
Um pesadelo para muitos habitantes afetados pela tragédia.
O terramoto na área de fronteira turco-síria dez mais de 50 mil mortos, de acordo com as autoridades dos dois países.