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UE avalia teto de preço do gás russo em meio a preços ‘astronômicos’ de energia
BRUXELAS – Com a invasão da Ucrânia pela Rússia provocando uma crise energética devastadora na Europa, a Comissão Europeia disse nesta quarta-feira que pedirá aos países que aprovem um amplo teto para o preço do gás russo. Também está propondo medidas como cortes obrigatórios no uso de eletricidade, um imposto sobre empresas de petróleo e gás e um imposto sobre o preço da eletricidade gerada por fontes renováveis.
As medidas, delineadas pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, prepararam o terreno para um período de intenso e urgente debate na União Europeia para enfrentar rapidamente a crise energética sem precedentes que assola a região, à medida que a Rússia reduz o fornecimento de gás natural para muitos estados membros da UE, enviando o gás e seus mercados de eletricidade ligados em uma espiral acentuada.
A Rússia abriu e fechou a torneira do gás para punir os países europeus, principalmente a Alemanha, por apoiar a Ucrânia, culpando as interrupções generalizadas por problemas técnicos e de manutenção.
Os ministros de energia da UE se reunirão na sexta-feira em Bruxelas para debater as propostas do bloco. Governos europeus, da Alemanha à Grécia, estão gastando bilhões de euros por mês para subsidiar as contas de eletricidade de consumidores e empresas, que em alguns casos são cinco vezes mais altas do que no ano passado.
A gestão dos preços da eletricidade não é apenas um objetivo económico e social, mas também um imperativo político na Europa. Com as memórias dos protestos dos “coletes amarelos” na França sobre os preços da energia ainda crus, e novos movimentos borbulhando para denunciar o aumento do custo de vida e, em alguns casos, o apoio contínuo à Ucrânia contra a invasão da Rússia, os políticos europeus têm pouca escolha a não ser tomar medidas pouco ortodoxas e caras para aplacar os consumidores indignados.
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“Estamos enfrentando uma situação extraordinária porque a Rússia não é um fornecedor confiável e está manipulando nossos mercados de energia”, disse von der Leyen em comunicado na quarta-feira.
Ela acrescentou que as instalações de armazenamento de gás natural do bloco já estavam 82% cheias e que as importações russas de gás diminuíram de 40% do total do bloco para meros 9%. Treze dos 27 membros da União Europeia estão enfrentando paralisações parciais ou totais do gás russo, com o maior efeito sendo sentido na Alemanha, a maior economia do bloco e de longe a mais dependente do gás russo.
O presidente Vladimir V. Putin da Rússia foi desafiador diante da ameaça de teto de preço, chamando-a de outro exemplo de “estupidez”.
“Todas as restrições administrativas no comércio global só levam a desequilíbrios e preços mais altos”, disse ele na quarta-feira em uma entrevista coletiva econômica na cidade russa de Vladivostok, no extremo leste.
Em seu discurso na quarta-feira, von der Leyen disse que os governos precisam intervir urgentemente nos mercados de gás e eletricidade – um conceito com o qual a maioria dos países da UE concorda, embora haja divergências sobre a melhor forma de fazer isso.
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“Somos confrontados com preços astronômicos de eletricidade para residências e empresas e com uma enorme volatilidade do mercado”, disse ela.
Em julho, a Comissão garantiu apoio para cortes voluntários no uso de energia de 15% até o próximo verão; na quarta-feira, a Sra. von der Leyen disse que proporia cortes obrigatórios no uso de eletricidade durante os horários de pico.
Como o mercado de eletricidade europeu vincula o preço da eletricidade ao preço do combustível mais caro usado para gerá-la – no momento atual, o gás -, von der Leyen também disse que pediria aos países da UE que tributassem efetivamente as empresas que geram eletricidade a partir de fontes não gasosas.
Seguindo um modelo já em vigor na Grécia, von der Leyen disse que os governos deveriam usar esses fundos para “apoiar pessoas e empresas vulneráveis a se adaptarem”.
Ela também sugeriu que as empresas de petróleo e gás, que estão obtendo grandes lucros, deveriam pagar uma “contribuição solidária” e que os governos deveriam poder subsidiar empresas de serviços públicos nacionais que enfrentam grandes custos de insumos para continuar produzindo eletricidade.
Ivan Nechepurenko relatórios contribuídos.